As taxas de juros negociadas no mercado futuro oscilam nesta segunda-feira, 22, em baixa nos vencimentos curtos e intermediários e perto da estabilidade nos mais longos, em um dia de ainda de cautela no exterior, com ajustes para cima no dólar e nas taxas de longo prazo dos Treasuries. Segundo analistas do mercado doméstico, a curva de juros mostra ainda uma discreta continuidade das correções vistas no final da semana passada, mas com espaço de queda já bastante limitado.
"A tendência é o mercado de juros continuar pressionado para cima - assim como o dólar - pois não há motivos para quedas significativas. A inflação do ano tende a um porcentual acima da meta e, olhando para o cenário no Congresso, deve ser difícil o governo reverter questões importantes", afirma Eduardo Velho, estrategista-chefe da JF Trust.
O profissional cita ainda as falas mais duras do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e do diretor de política econômica do BC, Diogo Guillen, como sinalizadores de uma política monetária mais "hawkish".
Nesta segunda-feira, Campos Neto, participa de dois eventos. Às 11h15 ele profere palestra em evento online da Legend Capital e às 14h30 participa do Seminário Brasil Hoje, organizado pela Esfera Brasil em São Paulo.
Na semana passada uma fala considerada "hawkish" de Campos Neto alterou a precificação de risco da curva de juros, que passou a projetar corte de 0,25 ponto porcentual da taxa Selic em maio, contrariando o "forward guidance" da instituição, que sinalizava mais uma queda de 0,50%. Analistas também refizeram contas e divulgaram estimativas mais conservadoras para a Selic terminal.
Às 10h38, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 tinha taxa de 10,320%, ante 10,351% do ajuste de sexta-feira.
O DI para janeiro de 2027 projetava 10,82%, contra 10,81% do ajusta anterior. O DI para janeiro de 2029 estava em 11,29%, ante 11,24%.