Boom das criptos: quais ações do setor podem surpreender na alta?
Investing.com – As ações da Tesla (NASDAQ:TSLA) caíram 15% na última segunda-feira, registrando sua pior queda diária desde setembro de 2020. Com isso, a montadora de veículos elétricos acumulou sete semanas consecutivas de desvalorização, o maior período de perdas desde sua estreia na bolsa em 2010.
Desde que atingiu a máxima de US$ 479,86 em 17 de dezembro, o valor de mercado da Tesla foi reduzido pela metade, resultando em uma perda superior a US$ 800 bilhões.
A queda desta semana foi a sétima maior já registrada para o papel. O desempenho da Tesla também impactou o mercado acionário dos EUA, contribuindo para uma retração de quase 4% no índice Nasdaq, a pior sessão desde 2022.
Na terça-feira, as ações da empresa apresentaram leve recuperação, fechando em alta de 3,8%, cotadas a US$ 230,58.
LEIA TAMBÉM: 5 Melhores Ações Americana em 2025
Fatores por trás da recente queda das ações da Tesla
O recuo dos papéis ocorre em meio a incertezas relacionadas às políticas comerciais do governo de Donald Trump. O temor de novas tarifas sobre mercados-chave, como Canadá e México, levanta preocupações sobre o aumento dos custos de produção e possíveis impactos na cadeia de suprimentos.
Além disso, a reputação da Tesla enfrenta desafios devido à estreita relação do CEO Elon Musk com a administração Trump. Musk assumiu recentemente a liderança do Departamento de Eficiência Governamental, o que gerou reações negativas entre antigos apoiadores da empresa.
A insatisfação com sua posição política resultou em protestos em lojas da Tesla e em atos de vandalismo contra instalações da companhia. Em Loveland, no Colorado, autoridades confirmaram múltiplos incidentes de incêndio criminoso e depredação em uma loja e centro de serviços da Tesla, incluindo um ataque ocorrido no último dia 7 de março.
Analistas preveem um trimestre desafiador para a Tesla
Considerando os números de entrega de janeiro e fevereiro, além dos desafios que afetam a percepção da marca, analistas de Wall Street projetam um primeiro trimestre difícil para a montadora.
As vendas de veículos elétricos fabricados pela Tesla na China caíram 49,2% em fevereiro na comparação anual, totalizando 30.688 unidades – o menor volume desde agosto de 2022. A empresa enfrenta forte concorrência no mercado chinês, que está cada vez mais competitivo devido à guerra de preços no setor de veículos elétricos inteligentes.
Wolfe Research:
“A partir dos dados mais recentes de entregas, o primeiro trimestre se desenha como um período bastante complicado, com margens do setor automotivo e lucro por ação (LPA) abaixo do consenso. Ainda assim, vemos uma possível mudança na narrativa após a divulgação do balanço, com os investidores potencialmente voltando a focar nos avanços da Tesla em autonomia e inteligência artificial.”
Guggenheim:
“As manchetes devem piorar antes de melhorar, considerando uma fraca entrega de veículos no primeiro trimestre, deterioração da margem bruta, novos modelos que não agregam tanto ao mercado total endereçável (TAM) quanto o esperado, além do lançamento do Robotáxi em junho, que pode decepcionar em termos de escopo. O comportamento das ações da Tesla tem sido baseado em momentum, tanto na alta quanto na baixa, e esperamos que a tendência de curto prazo permaneça negativa. Embora reconheçamos o entusiasmo com os robotáxis, acreditamos que a ação está atingindo um ponto crítico, no qual os números financeiros passam a ter um peso maior.”
Barclays (LON:BARC):
“Com base nos dados de janeiro e fevereiro, além dos primeiros números de março, estimamos que as entregas no primeiro trimestre totalizem cerca de 350 mil unidades, muito abaixo do consenso de 418 mil e inferior à nossa projeção divulgada após o balanço do quarto trimestre, em janeiro. Nossa estimativa implica em uma queda de aproximadamente 30% na comparação trimestral e 10% na base anual.”
“Historicamente, o primeiro trimestre tende a ser o mais fraco para a Tesla, mas o início de 2025 também foi impactado pela atualização global do Model Y (‘Juniper’), que reduziu as vendas de janeiro e fevereiro. Embora nossa projeção para o trimestre seja fraca, acreditamos que o ritmo de entregas em março pode ser um indicativo mais preciso para as estimativas do ano como um todo.”
Os investidores monitoram os números da Tesla em busca de sinais sobre a demanda por seus veículos, a evolução da margem de lucro e o impacto da concorrência global. O balanço do primeiro trimestre será um teste crucial para entender como a empresa planeja lidar com os desafios atuais e sustentar sua posição no mercado de veículos elétricos.