Por Geoffrey Smith
Investing.com -- Tanto Facebook quanto Twitter caíram na negociação pré-mercado, horas após o ex-presidente americano Donald Trump anunciar o lançamento de uma nova empresa de redes sociais com o objetivo de desafiar o domínio das duas.
Mais tarde, por volta das 12h45 (horário de Brasília), as ações do Facebook (NASDAQ:FB) passaram a subir 0,1%, enquanto as do Twitter (NYSE:TWTR) recuavam 1,1%, depois de Trump dizer que lançaria uma plataforma chamada TRUTH Social sob a égide do seu Trump Media & Technology Group, "para enfrentar a tirania das Big Tech".
No Brasil, os BDRs da Facebook (SA:FBOK34) tinham alta de 1,7% e os do Twitter (SA:TWTR34), de 0,8%.
A empresa deverá para abrir seu capital por meio de uma fusão com a Digital World Acquisition (NASDAQ:DWAC), uma companhia com propósito especial de aquisição (special purpose acquisition company, ou SPAC) que estreou na bolsa em setembro. As ações da DWA subiam 85% com a notícia.
O acesso e domínio de Trump sobre as redes sociais em 2016 foi crucial para a sua bem-sucedida candidatura à presidência dos EUA, e a notícia chega em meio a uma profusão de notícias sugerindo que ele pretende concorrer novamente em 2024. Contudo, o sucesso da candidatura será mais difícil sem acesso as plataformas em massa, como o Facebook e o Twitter. Ambas baniram Trump após 6 de janeiro, quando seus apoiantes invadiram o Congresso dos EUA numa tentativa de interromper a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.
Embora ter a sua própria plataforma lhe garanta acesso a um palanque, não haverá certeza alguma a respeito da capacidade de Trump de recriar o alcance que tinha com os eleitores indecisos em uma plataforma declaradamente de direita. Outras plataformas que pretendiam "equilibrar" a esfera das redes sociais, como a GAB e a Parler, foram incapazes de reunir leitores em massa e não tiveram nenhum impacto visível nas receitas de publicidade das grandes plataformas.
Enquanto isso, o Facebook, que teoricamente pretende abandonar uma marca cada vez mais tóxica da sua identidade corporativa, continua enfrentando ameaças vindas de outras direções. Na quarta-feira, o Procurador-Geral do Distrito de Columbia ajuizou um pedido para incluir Mark Zuckerberg como acusado numa ação judicial de defesa do consumidor, apresentada há três anos, sobre o seu papel no escândalo da Cambridge Analytica, quando o Facebook permitiu que os dados de milhões de usuários fossem coletados sem o seu consentimento. Os acionistas privados já ajuizaram ações por danos relacionados a esse caso, alegando que o Facebook concluiu uma negociação com a Federal Trade Commission por uma quantia muito maior do que era necessário como parte de um acordo para manter Zuckerberg fora das acusações.