SÃO PAULO – Os acionistas minoritários da Via Varejo (SA:VVAR11) (VVAR11) não teriam nada a ganhar com a venda da empresa para a família Klein. A avaliação é da Citi Corretora, que afirma que o negócio não daria direito de tag along aos minoritários – a venda das ações pelo mesmo preço ofertado ao acionista controlador.
“Em nossa opinião, [o negócio] não dispararia direito de tag along para os minoritários, dado que não haveria mudança de controle (PCAR e a família Klein operam o negócio através de um acordo de acionistas desde 2010)”, afirma a corretora, em relatório assinado pelos analistas Cauê Pinheiro e Larissa Nappo.
A Via Varejo é controlada pelo Grupo Pão de Açúcar (SA:PCAR4) e reúne as operações físicas da Casas Bahia e Ponto Frio. Atualmente, o Pão de Açúcar detém 43% da empresa de varejo eletroeletrônico. Os Klein possuem outros 27,4%, decorrentes dos ativos que aportaram no negócio, já que são os fundadores da Casas Bahia. Outros 29% dos papeis circulam pelo mercado.
Juntando as peças
Segundo o jornal Valor Econômico, o líder da família, Michael Klein, retomou a movimentação para comprar a fatia do Pão de Açúcar no negócio – uma transação que calculada em R$ 1,14 bilhão. De acordo com o jornal, Klein estaria insatisfeito com decisões da atual administração e estaria buscando bancos interessados em financiar a compra, valendo-se da recente queda das ações da Via Varejo.
Ainda segundo o Valor, Klein estaria interessado também em ficar com as operações brasileiras da Cnova, o braço global de comércio eletrônico do Grupo Casino, dono do Pão de Açúcar. Para a Citi Corretora, envolver a Cnova Brasil no negócio faz sentido, já que a empresa é responsável pelas vendas online da Casas Bahia e do Ponto Frio. A corretora considera a separação das vendas online e das vendas físicas “um dos maiores conflitos de interesses do grupo”.
“No final do dia, os canais competem, mas a maior penetração do e-commerce deve deixar a VVAR em posição de desvantagem no longo prazo”, afirma o relatório.