Investing.com – As ações da Vibra Energia (BVMF:VBBR3) recuavam no pregão nesta quinta-feira, 22, após o anúncio da aquisição de 50% de participação na Comerc. Apesar dos retornos e potenciais sinergias mencionadas pela Vibra, analistas enxergam alguns riscos e ressalvas.
A distribuidora de combustíveis e lubrificantes informou que, com a operação de R$3,525 bilhões, a plataforma de energia passará a ser uma subsidiária integral da Vibra. A companhia já havia adquirido 50% da Comerc em 2022, com expectativa de compra do restante ocorrendo entre 2026 e 2028. A operação requer aprovações habituais para este tipo de transação, e deve ser concluída no primeiro trimestre de 2025. A estimativa da Vibra é de que a Comerc some R$1,3 bilhão ao Ebitda no ano que vem, sendo mais uma das avenidas de crescimento da companhia.
A XP Investimentos (BVMF:XPBR31) entende que o anúncio faz sentido estratégico, mas o valor é controverso. Os analistas Regis Cardoso e Helena Kelm enxergam o acordo como neutro em termos de valor para a Vibra, considerando estimativa de sinergias em R$ 1,4 bilhão.
“Teríamos preferido um acordo a um preço mais baixo, mas talvez esse tenha sido o melhor preço disponível para um acordo. Adiar essa discussão para a data de exercício da put/call expôs a Vibra ao risco de avaliações significativamente divergentes. Além disso, a Vibra ainda pode extrair valor adicional da Comerc por meio de sinergias comerciais e crescimento futuro”, detalharam os analistas em relatório divulgado a clientes e ao mercado. Ainda assim, a indicação da XP para as ações da Vibra é de compra, com preço-alvo de R$32,70.
Também em relatório, analistas do banco Goldman Sachs (NYSE:GS) afirmam enxergar méritos estratégicos nas razões apresentadas pela administração, mas ponderam que a transação pode implicar riscos para o potencial pagamento, no curto prazo, de dividendos extraordinários, “acima do que seria implícito pela atual política de remuneração de acionistas ordinários da Vibra de 40% do lucro líquido”.
Os dividendos extraordinários têm sido foco para investidores recentemente, de acordo com os analistas do Goldman, mas o anúncio pode limitar o espaço para eventuais distribuições de remuneração a acionistas superior à política de dividendos ordinários da distribuidora de combustíveis. O GS também possui recomendação de compra para as ações da Vibra, com preço-alvo de R$32,10.
Às 10h57 (de Brasília), as ações da Vibra recuavam 3,49%, a R$25,17.