SÃO PAULO (Reuters) -A XP Inc (NASDAQ:XP) registrou lucro líquido recorde de 1,118 bilhão de reais no segundo trimestre, alta de 14% em relação ao mesmo período do ano passado, em resultado marcado por crescimento de captação e aumento na sua base de clientes.
O lucro antes de impostos (EBT) subiu 43%, a 1,384 bilhão de reais, com a margem nessa métrica passando de 27,3% para 32,8%, conforme os dados divulgados pelo grupo financeiro dono das marcas XP (BVMF:XPBR31), Rico, Clear, XP Educação e InfoMoney, entre outras.
"Esse resultado mostra a capacidade da empresa de performar independente do cenário", afirmou o CFO da XP Inc, Victor Mansur, acrescentando que o grupo está no caminho para entregar o guidance para 2026, de margem EBT anual entre 30% e 34% e receita bruta entre 22,8 bilhões e 26,8 bilhões de reais.
"Nós vamos entregar o nosso guidance, independentemente das condições e o risco macroeconômico", afirmou, avaliando que o risco é de "upside". As previsões para 2026 também contemplam receita bruta entre 22,8 bilhões e 26,8 bilhões de reais.
No segundo trimestre, a receita bruta somou 4,5 bilhões de reais, montante recorde e equivalente a uma alta de 21% ano a ano, puxada principalmente pelo segmento de varejo, que apurou crescimento de 14%, para 3,294 bilhões de reais, tendo a renda fixa como destaque (+42%).
O segmento de renda variável continuou respondendo pela maior fatia na receita de varejo, somando 1,115 bilhão de reais no segundo trimestre, alta de 5% ano a ano, mas declínio de 1% na comparação trimestral.
A receita da divisão de grandes empresas e mercado de capitais saltou 122%, a 629 milhões de reais. Nas chamadas novas verticais, cartões teve alta de 35%, para 313 milhões de reais e seguros apurou incremento de 45%, para 51 milhões de reais.
No segundo trimestre, a XP apurou captação líquida de 32 bilhões de reais, com crescimento de 14% de ativos sob custódia na base anual, que alcançou 1,167 trilhão de reais. Na base trimestral, esse aumento foi de 119%.
O retorno sobre o patrimônio anualizado (ROAE) ficou em 22,1% de 22% um ano antes e 20,7% no primeiro trimestre.
Ao final do segundo trimestre, a XP tinha 4,6 milhões de clientes e 18,3 mil profissionais de investimentos ligados ao grupo, englobando assessores de escritórios parceiros e próprios, além de consultores.
Mansur afirmou que o grupo vem passando por uma reestruturação societária para que o banco XP esteja no topo do conglomerado no Brasil, o que permitirá "baratear tanto capital quanto funding pela emissão de dívidas subordinadas", de instrumentos de captação que não podia usar antes.
"Nós estamos otimistas de que ela (a reestruturação) será concluída esse ano", acrescentou.
Nesta terça-feira, as ações da XP Inc, que são negociadas em Nova York, fecharam em alta de 2,27%, a 18,44 dólares. No ano, acumulam elevação de 29,27%.
(Por Paula Arend LaierEdição de Pedro Fonseca)