Por Carlos Garcia e Shubing Wang
JIUQUAN, China (Reuters) - Três astronautas chineses embarcaram nesta quinta-feira para uma estação espacial em construção na primeira missão tripulada da China desde 2016, expandindo a presença já crescente do país asiático em torno da Terra e desafiando a liderança dos Estados Unidos no espaço orbital.
Os astronautas voaram para Tianhe --módulo que será o alojamento da estação espacial da China quando concluída-- no Shenzhou-12, ou "Nave Divina". A tripulação embarcou no módulo onde viverão por três meses, a estadia mais longa em órbita baixa da Terra por qualquer cidadão chinês.
A estação espacial da China, que deve ser concluída até o final de 2022, será a única alternativa à Estação Espacial Internacional (ISS) que existe há duas décadas e pode ser aposentada em 2024.
"No estágio atual, não consideramos a participação de astronautas internacionais, mas sua participação futura está garantida", disse Zhou Jianping, projetista-chefe do programa espacial tripulado da China.
"Estou ciente de que muitos países expressaram seu desejo a esse respeito", disse Zhou a repórteres no local de lançamento do Shenzhou, no noroeste da província de Gansu.
Os astronautas Nie Haisheng, 56 anos, Liu Boming, 54 anos, e Tang Hongbo, 45 anos, testarão tecnologias em Tianhe, incluindo seu sistema de suporte à vida. Eles também serão monitorados para saber como lidam no espaço fisicamente e psicologicamente. Uma próxima missão à estação espacial durará seis meses.
Proibida pela lei dos EUA de trabalhar com a Nasa e, por extensão, com a ISS, a China passou a última década desenvolvendo tecnologias para construir sua própria estação espacial, além de planejar missões à Lua, Marte e outros planetas.
A China planeja permitir que astronautas de Hong Kong participem de futuras missões, disse Zhou.
(Por Carlos Garcia e Shubing Wang)