O acordo de US$ 61 bilhões do presidente-executivo da Broadcom, Hock Tan, para comprar a VMware marca a maior aposta até agora de que o boom na demanda por software empresarial vai perdurar apesar do tumulto econômico, e que o agrupamento de ofertas díspares de produtos de baixo perfil pode gerar retornos descomunais.
Tan transformou a Broadcom Inc (NASDAQ:AVGO) (SA:AVGO34) em uma potência de microchips ao adquirir fabricantes de uma série de componentes pouco atraentes, mas essenciais, e depois cortar custos e alavancar o crescente poder de preços da empresa. Ele agora está apostando que o mesmo modelo funcionará em software corporativo.
O acordo, anunciado nesta quinta-feira, empurraria a Broadcom para um mundo de software povoado por empresas como IBM (NYSE:IBM) e Oracle (NYSE:ORCL), bem como independentes especializadas em aplicações de nicho. A compra quase triplicaria o tamanho da divisão de software da Broadcom e representaria quase 49% da receita da empresa.
Sob o acordo, uma das maiores aquisições do ano, a Broadcom está pagando metade em dinheiro e metade em ações e assumiria US$ 8 bilhões em dívidas da VMware. O acordo oferece um valor total por ação de US$ 138, um prêmio de mais de 40% para onde as ações da VMware estavam sendo negociadas antes dos relatos da mídia sobre o acordo na semana passada.
Após dois anos de rápida expansão, a indústria de tecnologia está lutando com a turbulência pós-pandemia no comércio eletrônico, publicidade digital, vendas de PCs e outras áreas. Mas o mercado de software empresarial que a Broadcom está comprando está se tornando um bolsão de crescimento constante, mesmo em meio à incerteza do mercado.