WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália pediram ao Facebook que não avance com a criptografia de ponta a ponta em seus serviços de mensagens, a menos que as autoridades policiais tenham acesso a uma brecha no sistema sob pretexto de que a codificação das comunicações impede o que chamam de luta contra abuso infantil e terrorismo.
Os Estados Unidos e o Reino Unido também assinaram um acordo especial de dados que acelerará as solicitações das autoridades policiais às empresas de tecnologia para obter informações sobre as comunicações de terroristas e predadores virtuais.
A aplicação da lei pode obter informações em semanas ou até dias, em vez da espera atual de seis meses a dois anos.
O mais recente embate sobre dados dos usuários entre governos e empresas de tecnologia também pode impactar Apple (NASDAQ:AAPL), Google (NASDAQ:GOOGL) e Microsoft (NASDAQ:MSFT), bem como pequenos aplicativos de chats criptografados.
Washington pediu mais regulamentação e iniciou investigações antitruste contra muitas empresas de tecnologia, criticando-as por falhas de privacidade, atividades relacionadas a eleições e domínio do setor de publicidade online.
Em uma carta aberta ao Facebook e seu presidente-executivo Mark Zuckerberg, os três países disseram que, apesar de apoiarem uma criptografia forte, era necessário equilibrar a necessidade de dados seguros com a segurança pública.
Os países cobraram do Facebook e outras empresas a "permitirem acesso legal ao conteúdo em um formato legível e utilizável".
"Infelizmente, o Facebook não se comprometeu a abordar nossas sérias preocupações sobre o impacto que suas propostas poderiam ter na proteção de nossos cidadãos mais vulneráveis", diz a carta dos países.