Por Josh Horwitz
HONG KONG (Reuters) - A fabricante chinesa de smartphones Xiaomi (HK:1810) afirmou nesta segunda-feira que teve lucro líquido no terceiro trimestre, superando as estimativas dos analistas, impulsionado por vendas robustas na Índia e na Europa.
O lucro dos três meses até setembro chegou a 2,48 bilhões de iuanes (357,23 milhões de dólares), contra um prejuízo de 11 bilhões no mesmo período do ano anterior. Isso em comparação com uma estimativa média de cinco analistas de 1,92 bilhão, de acordo com a Refinitiv Eikon.
A Xiaomi também disse que o lucro operacional caiu 38,4 por cento, para 3,59 bilhões de iuanes no terceiro trimestre. A receita subiu 49,1 por cento, para 50,85 bilhões.
Os resultados vêm em meio a uma desaceleração nas compras de smartphones na China, onde a Xiaomi foi a marca de celulares mais vendida, e no exterior.
No entanto, a Xiaomi, junto com os outros fabricantes de celulares de baixo custo Oppo e Vivo, respondeu por cerca de um quarto do mercado global de smartphones no primeiro semestre de 2018, mostrou dados do instituto de pesquisa IDC.
Os mercados de crescimento mais rápido da Xiaomi são a Índia, onde obteve sucesso com a série de telefones de baixo custo Redmi, e a Europa, onde entrou em 2017 com lançamentos na Rússia e na Espanha. No início deste mês, lançou seu carro-chefe Mi 8 Pro na Grã-Bretanha.
Mas, para suportar a desaceleração do mercado global, analistas disseram que a Xiaomi precisa se expandir para novos mercados e também vender aparelhos de preço mais alto, com margens de lucro mais amplas.
A empresa vem adicionando novas marcas ao portfólio de smartphones para atingir nichos de consumidores. Concomitante com os resultados, a companhia anunciou uma parceria com a Meitu, produtora de um popular aplicativo de fotos, para vender telefones sob sua marca. No início deste ano, a empresa lançou o Black Shark, um telefone voltado para gamers, e o Poco, um dispositivo com boa relação custo-benefício destinado à Índia.
Mo Jia, que acompanha os fabricantes de smartphones da China na empresa de pesquisas Canalys, disse que as tentativas de vender aparelhos mais caros exigem mudanças na percepção da marca.
"Ainda é muito difícil para a Xiaomi mudar sua percepção de ser um fabricante de dispositivos de baixo custo, já que a maioria de suas embarques de smartphones são da série Redmi."
(Por Josh Horwitz)