Por Tom Balmforth
MOSCOU (Reuters) - Aliados do opositor do Krelim Alexei Navalny, que está preso, acusaram o Telegram de censura neste sábado, após o popular aplicativo de mensagens restringir acesso à campanha da oposição na eleição parlamentar da Rússia, como já feito por Google e Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34).
Os ativistas já haviam acusado o Google, da Alphabet (NASDAQ:GOOGL) R (SA:GOGL35), e a Apple de cederem à pressão do Kremlin, após elas removeram um aplicativo de suas lojas que aliados de Navalny esperavam usar contra o partido governista na eleição.
O aplicativo fornece recomendações detalhadas sobre em quem votar, em uma tentativa de desafiar o partido que apoia o presidente Vladimir Putin. É uma das poucas vias que restaram aos aliados de Navalny após uma forte repressão este ano.
O fundador do Telegram, Pavel Durov, que cultivou uma imagem libertária e resistiu a censuras no passado, disse que a plataforma bloquearia serviços de campanha eleitoral, incluindo um utilizado por aliados de Navalny para passar recomendações aos eleitores.
Ele disse que a decisão havia sido tomada por causa de uma proibição da Rússia a campanhas, uma vez que as urnas forem abertas, o que ele considerou legítimo e similar a restrições em muitos outros países.
A porta-voz de Navalny, Kira Yarmysh, condenou a ação.
“É uma verdadeira vergonha quando a censura é imposta por empresas privadas que supostamente defendem as ideias de liberdade”, escreveu ela no Twitter.
Ivan Zhdanov, um aliado político de Navalny, disse não acreditar na justificativa do Telegram e que a medida parecia ter sido acordada de alguma forma com as autoridades russas.