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Brasil assumirá presidência do Brics em 2025 após adiar por 1 ano

Publicado 21.10.2024, 06:30
© Reuters Brasil assumirá presidência do Brics em 2025 após adiar por 1 ano
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A partir de 1º de janeiro de 2025, o Brasil volta a assumir a presidência do Brics, 6 anos depois da última vez que comandou o grupo. Sob o lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”, terá como pautas o combate à fome e à pobreza, assim como a redução da desigualdade.

O Brasil deveria ter assumido o comando do Brics no começo deste ano, segundo as regras de rotatividade. A Rússia assumiu a presidência em 2024, depois de o governo brasileiro ter adiado em 1 ano o comando do grupo por ter assumido também a presidência do G20.

O governo deve concentrar as atividades relacionadas ao Brics no 1º semestre do ano que vem, segundo o secretário de Ásia e Pacífico do Ministério das Relações exteriores, Eduardo Paes Saboia. No 2º semestre, tem em sua agenda a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), sediada em Belém (PA).

Maior cúpula

A 1ª reunião ampliada do bloco, com a participação de Irã, Emirados Árabes, Etiópia e Egito, será realizada nesta semana na Rússia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria um dos participantes do encontro, mas cancelou a viagem depois de sofrer um acidente doméstico. Agora, fará sua participação por videoconferência.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a reunião deve ter como temas a crise no Oriente Médio e a cooperação financeira entre os integrantes. Também devem ser pautados o desenvolvimento sustentável, a promoção do multilateralismo e a reforma das Instituições de governança global.

Além disso, a entrada de “países parceiros” deve ganhar destaque. É esperado que o bloco siga com a estratégia de multilateralismo durante o encontro de 2024, que pode selar novas adesões. Segundo o governo russo, 34 nações já manifestaram interesse de aderir ao Brics. Dentre elas, 23 oficializaram seus pedidos.

A Turquia foi a mais recente, que enviou sua solicitação formalmente em setembro, para diversificar suas alianças para além do Ocidente. O país, que já integra a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), enfrenta entraves para ingressar na União Europeia. A nação obteve o status de candidato em dezembro de 1999 e iniciou as conversas em outubro de 2005. Atualmente, as tratativas estão congeladas.

A Sérvia é outro país europeu que demonstra interesse em integrar o Brics. Em 13 de outubro, o vice-primeiro-ministro Alexander Vulin afirmou que a entrada no grupo é uma “alternativa real à União Europeia”. Como a Turquia, também enfrenta dificuldades para ingressar no bloco. Para o presidente Aleksandar Vucic (Partido Progressista Sérvio, centro-direita), a entrada antes de 2030 é improvável.

Na América do Sul, Colômbia e Venezuela desejam ingressar no Brics. Em abril, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mencionou a possível entrada de Bogotá no bloco. Segundo o petista, a inserção do país vizinho ajudaria a “unificar” os Estados sul-americanos.

Caracas, por sua vez, avalia que a entrada seria vantajosa pela sua grande quantidade de recursos naturais. Segundo Coromoto Godoy Calderón, vice-ministra de Relações Exteriores para a Europa, a Venezuela pode se apresentar como “um ator fundamental para contribuir significativamente para o dinamismo e diversificação do grupo”.

CRITÉRIOS PARA ADESÃO AO BRICS

Os países do Brics não especificam quais são os requisitos para aceitar mais nações. Entre os critérios já definidos, estão: a defesa da reforma da ONU (Organização das Nações Unidas), incluindo o Conselho de Segurança; ter relações amigáveis com os integrantes atuais; e não apoiar sanções econômicas aplicadas sem a autorização da ONU.

Em 2023, alguns dos requisitos considerados foram: o postulante fazer parte do G20 ou do Novo Banco de Desenvolvimento –o chamado Banco dos Brics– e ter concordado com posições históricas do bloco.

Os integrantes também consideraram o equilíbrio geográfico para as novas adesões, buscando países que representassem uma certa diversidade, segundo o chefe da assessoria especial da Presidência da República, Celso Amorim.

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