Por Lucinda Elliott e Daniela Desantis
ASSUNÇÃO (Reuters) - O economista conservador paraguaio Santiago Pena, 44, venceu a eleição presidencial do país no domingo, reforçando o controle político do Partido Colorado e dissipando os temores sobre o fim dos laços diplomáticos com Taiwan.
Pena, que prometeu manter as relações de longa data do Paraguai com Taiwan, teve 42,7% dos votos com 99,9% das cédulas apuradas, uma vantagem de mais de 15 pontos sobre o rival de centro-esquerda Efrain Alegre, que defendeu a mudança para lealdade à China.
"Obrigado por esta vitória do Colorado, obrigado por esta vitória do Paraguai", disse Pena durante seu discurso. Alegre reconheceu o resultado. O atual presidente Mario Abdo parabenizou Pena como "presidente eleito", assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder da Argentina.
Os candidatos do Colorado e do partido de direita também tiveram um forte desempenho nas eleições para o Congresso e nas disputas para governador, com algumas províncias registrando uma maioria histórica do Colorado sobre a oposição.
O resultado da eleição deixa Pena com o desafio de acelerar a economia agrícola do Paraguai, diminuir um grande déficit fiscal e navegar pelas crescentes pressões dos produtores de soja e carne bovina para abandonar Taiwan em favor da China e seus enormes mercados.
"Passados os últimos anos de estagnação econômica e de déficit fiscal, temos muito para fazer, a tarefa que nos espera não é para uma só pessoa nem para um partido", disse Pena no seu discurso de vitória, apelando à "unidade e consenso".
Também ressalta o domínio do Partido Colorado, que tem uma máquina de campanha feroz, apesar do crescente descontentamento de alguns eleitores com a desaceleração da economia e as alegações de corrupção.
No entanto, nem todos os eleitores ficaram contentes, refletindo em uma parcela maior do que o esperado para o populista Paraguaio Cubas, que teve quase 23% dos votos em terceiro lugar, o que mostra um apoio mais amplo aos candidatos antissistema em toda a América Latina.
"Estou preocupada com o crime. Todos os candidatos são iguais para mim", disse Maria José Rodas, de 34 anos, mãe de três filhos, enquanto um ônibus cheio de eleitores chegava ao posto de votação no centro da cidade. "Nada vai mudar."