MADRI (Reuters) - A Espanha está ampliando o intervalo entre a primeira e a segunda doses da vacina contra Covid-19 da AstraZeneca (LON:AZN) (SA:A1ZN34) para 16 semanas para pessoas de menos de 60 anos, disse o governo nesta sexta-feira, ultrapassando o intervalo máximo de 12 semanas aprovado por autoridades europeias.
A Espanha é o primeiro país a divergir da autorização da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e defender o "uso fora da norma", que não seria aprovado pela entidade e deixaria cada nação responsável por quaisquer efeitos colaterais possíveis.
A ampliação dá às autoridades mais tempo para determinar a maneira mais segura de administrar a vacina, disse o Ministério da Saúde. Inicialmente, a Espanha deu as vacinas da AstraZeneca a trabalhadores essenciais de 18 a 65 anos, mas depois passou a permitir que só pessoas de mais de 60 anos recebam a vacina devido a preocupações com coágulos sanguíneos em pessoas mais jovens.
A aprovação da EMA à vacina se baseia na administração da segunda dose de quatro a 12 semanas após a primeira. Um intervalo de 16 semanas não foi avaliado em nenhum teste com humanos.
A AstraZeneca e a EMA não responderam de imediato a pedidos de comentário.
A decisão espanhola de restringir o uso da vacina causou incerteza generalizada e fez com que algumas pessoas mais jovens que já haviam recebido uma primeira dose fossem impedidas de tomar uma segunda.
(Por Nathan Allen; reportagem adicional de Ludwig Burger e Graham Keeley)