EUA dizem a países para rejeitarem acordo da ONU sobre emissões de combustível de navios ou enfrentarão tarifas, dizem fontes

Publicado 03.09.2025, 16:24
Atualizado 03.09.2025, 16:28
© Reuters.

LONDRES (Reuters) - Os Estados Unidos têm dito aos países que rejeitem um acordo da Organização das Nações Unidas para o corte de emissões de combustíveis marítimos ou enfrentarão tarifas, restrições de vistos e taxas portuárias, disseram autoridades e fontes norte-americanas e europeias à Reuters.

O governo Trump está procurando aumentar o poder econômico dos EUA, inclusive assumindo um papel maior no transporte marítimo global, e tem usado as tarifas como uma arma para obter melhores condições dos parceiros comerciais de Washington.

Em abril, os países chegaram a um acordo preliminar por meio da Organização Marítima Internacional (OMI) da ONU que imporia uma taxa aos navios que violassem os padrões globais de emissões de carbono.

Washington se retirou das negociações em abril que levaram à minuta do acordo e disse em agosto que retaliaria os países que apoiassem o acordo. O governo norte-americano argumenta que as medidas imporiam encargos desnecessários ao setor de transporte marítimo e seriam de pouca ajuda para reduzir as emissões.

O Departamento de Estado dos EUA entrou em contato com outros países membros da OMI nos últimos dias, alertando-os a não adotarem o chamado "Marco Líquido Zero", segundo quatro fontes, que não quiseram ser identificadas devido à sensibilidade do assunto.

Um porta-voz do Departamento de Estado disse que os EUA estavam "explorando ativamente e se preparando para agir com medidas corretivas, incluindo tarifas, restrições de visto e/ou taxas portuárias, caso esse esforço seja bem-sucedido na votação da sessão extraordinária da OMI em outubro".

O departamento estará engajando "nossos parceiros e aliados" para propor que eles tomem medidas semelhantes, disse o porta-voz, mas não quis comentar sobre "discussões diplomáticas privadas com outros países".

O governo holandês recebeu uma advertência verbal de representantes do governo dos EUA, que disseram que a Holanda poderia enfrentar tarifas ou outras medidas de retaliação se apoiasse a adoção do marco, disse um porta-voz do Ministério de Infraestrutura e Gestão de Recursos Hídricos holandês.

Não ficou claro quais outros países da OMI foram contatados por Washington.

A OMI, sediada em Londres e composta por 176 países-membros, é responsável por regulamentar a segurança e a proteção da navegação internacional e prevenir a poluição.

O transporte marítimo global é responsável por quase 3% das emissões de CO2 do mundo, e o acordo da OMI foi projetado para acelerar a descarbonização. Cerca de 90% do comércio mundial é realizado por via marítima, e as emissões devem aumentar sem um mecanismo acordado.

"A próxima sessão (da OMI), em outubro, oferece a plataforma apropriada para tratar de quaisquer preocupações dos Estados-membros antes do processo de adoção", disse um porta-voz da OMI.

O acordo inicial foi aprovado por 63 Estados, com 16 votos contra e 24 abstenções. Será necessária uma maioria para a adoção, caso seja votado, e as fontes disseram que não está claro se ele poderia ser aprovado caso mais países se abstivessem.

(Reportagem de Jonathan Saul, Kate Abnett, Nerijus Adomaitis, Valerie Volcovici, Enes Tunagur e Bart Meijer)

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