BBAS3: Banco do Brasil sobe antes do balanço; hora da virada ou ajuste técnico?
Por David Latona e Pietro Lombardi
MADRI/LISBOA (Reuters) - Os bombeiros de Espanha, Portugal, Grécia, Turquia e dos países dos Bálcãs estavam combatendo incêndios florestais nesta terça-feira, com outra onda de calor que elevou as temperaturas a mais de 40 graus Celsius em partes da Europa.
O aquecimento global está deixando a região do Mediterrâneo com verões mais quentes e secos, segundo os cientistas, e os incêndios florestais aumentam a cada ano.
"Estamos sendo cozidos vivos, isso não pode continuar", disse um prefeito de Portugal, Alexandre Favaios, enquanto três incêndios queimavam.
Nos arredores da capital espanhola, Madri, um incêndio matou um homem que trabalhava em um estábulo de cavalos e atingiu algumas casas e fazendas, mas foi controlado na terça-feira, segundo as autoridades regionais.
Ao sul, em Tarifa, na costa da Espanha, perto do Marrocos, os banhistas e o famoso chef José Andrés filmaram chamas e fumaça preta nas colinas acima de elegantes vilas caiadas de branco.
Mais de 2.000 pessoas foram retiradas de Tarifa à medida que o incêndio -- que se acredita ter começado em florestas de eucaliptos e pinheiros -- se espalhou, segundo as autoridades. Helicópteros apagaram o fogo com água do mar.
Na Albânia e em Montenegro, as autoridades emitiram um alerta de onda de calor, pois as temperaturas chegaram à casa de 38ºC e 39ºC.
A Alemanha emitiu alertas de calor para a maior parte do país na segunda-feira, com previsão de temperaturas acima de 30ºC até sexta-feira.
Na Itália, foram emitidos alertas vermelhos de calor para 16 cidades, enquanto na França, as autoridades declararam alertas meteorológicos vermelhos ou laranja para grande parte do país.
Na Espanha, as temperaturas devem chegar a 44ºC em algumas regiões, de acordo com o serviço de meteorologia AEMET. Esperava-se que chuvas mínimas e condições de vento agravassem o risco.
AJUDA MILITAR ESPANHOLA
O Ministério do Interior da Espanha declarou uma "pré-emergência", colocando os serviços nacionais em prontidão para apoiar o combate aos incêndios. Quase 1.000 membros das Forças Armadas já estão ajudando.
A maior região da Espanha, Castela e León, teve 32 incêndios florestais na terça-feira, com mais de 1.200 bombeiros envolvidos.
Cinco dos incêndios foram classificados como uma ameaça direta às populações próximas. Na província de León, cerca de 3.780 moradores foram retirados, enquanto mais de 600 moradores de sete cidades em Zamora também receberam ordens para deixar suas casas.
No norte de Portugal, mais de 1.300 bombeiros, apoiados por 14 aeronaves, estavam combatendo três grandes incêndios. Um deles, na área de Vila Real, está queimando há 10 dias.
O prefeito local, Favaios, pediu mais ajuda do governo. "Foram 10 dias de luta extremamente dura contra as chamas, 10 dias em que nossa população está em pânico, sem saber quando o fogo vai bater à sua porta", disse ele à emissora RTP.
Com dois aviões portugueses de bombardeio aquático precisando de reparos, as autoridades solicitaram na segunda-feira a ajuda do Marrocos, que enviou dois aviões substitutos.
Uma onda de calor que trouxe temperaturas de cerca de 40°C para o norte de Portugal na última semana mostrou sinais de diminuição na terça-feira, com previsão de chuvas e trovoadas, de acordo com o serviço meteorológico IPMA.
Em toda a região da Albânia, grandes extensões de florestas e terras agrícolas foram queimadas por incêndios florestais na última semana.
Helicópteros da República Tcheca, da Eslováquia e dos Emirados Árabes Unidos ajudaram o estado dos Bálcãs a conter 19 incêndios florestais separados, provocados por ventos fortes na terça-feira.
No vizinho Montenegro, as autoridades apoiadas por helicópteros da Sérvia e da Croácia contiveram um incêndio florestal perto da capital Podgorica na terça-feira, com a cidade coberta pela fumaça.
A moradora Dragana Vukovic disse à Reuters, tendo como pano de fundo as vigas em chamas de sua casa: "Tudo o que pode ser pago e comprado será compensado, mas as memórias que queimaram nesses quatro cômodos e no sótão não podem ser compensadas".
(Reportagem de Pietro Lombardi e David Latona, em Madri; Andrei Khalip, em Lisboa; Angeliki Koutantou, em Atenas; Fatos Bytyci, em Finiq, Albânia, e Stevo Vasiljevic, em Podgorica)