Lukashenko diz que Putin tem uma proposta para Ucrânia que Trump conhece

Publicado 26.09.2025, 14:53
Atualizado 26.09.2025, 14:56
© Reuters.

(Reuters) - O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, disse depois de se encontrar com Vladimir Putin nesta sexta-feira que o líder russo anunciaria uma "proposta muito boa" para acabar com a guerra na Ucrânia, que ele disse ser amplamente apoiada pelos Estados Unidos.

Lukashenko, que se encontrou com Putin em Moscou por mais de cinco horas, não disse o que a proposta implicava, mas acrescentou que ela havia sido delineada para o presidente dos EUA, Donald Trump, quando ele realizou uma cúpula com Putin no Alasca no mês passado.

"O presidente Putin e eu discutimos o assunto, mas não vou falar sobre ele. O próprio presidente dirá", disse Lukashenko, um aliado próximo de Putin.

LUKASHENKO DIZ QUE PROPOSTA É BOA PARA UCRÂNIA

"É uma boa proposta para a Ucrânia, propostas que foram ouvidas por Donald Trump no Alasca, entre outros lugares, e levadas a Washington para consideração e discussão. Uma proposta muito boa", disse Lukashenko ao repórter da TV russa Pavel Zarubin.

"Se os ucranianos não aceitarem essas propostas, será como no início da operação militar especial", acrescentou ele, usando o termo de Moscou para a invasão da Ucrânia. "Será ainda pior; eles perderão a Ucrânia."

A Rússia já havia insistido em termos que a Ucrânia rejeita como equivalentes à rendição, incluindo a entrega de mais território, a renúncia às ambições de adesão de Kiev à Otan e a imposição de limites ao tamanho de suas Forças Armadas.

Lukashenko estava falando três dias depois que Trump, em uma mudança inesperada, disse que a Ucrânia era capaz de recuperar todo o seu território perdido -- o que equivale a quase um quinto do país -- e que deveria agir agora porque a economia da Rússia estava em sérios problemas.

O Kremlin rejeitou esses comentários, atribuindo-os ao fato de Trump ter acabado de se encontrar com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, e dizendo que ele havia sido influenciado pela visão de Zelenskiy sobre o conflito. Zelenskiy disse que Putin está fingindo negociar, mas não tem interesse real na paz.

"Para evitar perder toda a Ucrânia, (Zelenskiy) não deve apenas negociar, mas concordar com termos favoráveis -- termos que, em geral, foram aprovados pelos norte-americanos", disse Lukashenko.

Ele também sugeriu que ele, Putin e Zelenskiy, como líderes de três Estados eslavos, deveriam se sentar e chegar a um acordo.

A Ucrânia diz que quer uma reunião entre Zelenskiy e Putin, mas a Rússia disse que isso só pode acontecer se o líder ucraniano concordar em ir a Moscou.

LUKASHENKO ISOLADO, MAS TRUMP TELEFONOU PARA ELE

Lukashenko se encontra com Putin com mais frequência do que qualquer outro líder estrangeiro e apoiou sua guerra na Ucrânia, embora sem enviar suas próprias tropas para lutar.

Ele está isolado há anos pelas sanções ocidentais devido ao seu papel na guerra e ao histórico de direitos humanos. Mas, nas últimas semanas, Trump telefonou para ele, elogiou-o como um líder "altamente respeitado" e enviou um enviado a Belarus para conversações que levaram à libertação de mais de 50 prisioneiros políticos.

Autoridades dos EUA dizem que o governo Trump espera tirar Belarus da órbita geopolítica de Moscou, mesmo que apenas até certo ponto. Mas alguns analistas políticos consideram isso improvável, dada a forte dependência de Lukashenko -- política, econômica e militarmente -- de seu vizinho muito maior.

Sublinhando a proximidade do relacionamento, Belarus e Rússia realizaram exercícios militares conjuntos neste mês. Nesta sexta-feira, Lukashenko propôs a construção de uma usina nuclear no leste de Belarus que poderia fornecer eletricidade para as partes da Ucrânia controladas pela Rússia.

(Reportagem adicional de Gram Slattery em Washington)

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