Por Andreina Aponte
CARACAS (Reuters) - Centenas de apoiadores do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, munidos de bandeiras se reuniram no centro de Caracas nesta segunda-feira para defender o líder de esquerda depois de ataques de drones que o governo classificou como uma tentativa de assassinato.
Maduro, cujo índice de aprovação paira em torno de 25 por cento e cujos opositores culpam suas políticas pelo agravamento de um colapso econômico, conclamou os apoiadores do governo a se unirem diante do que descreveu como complôs da direita liderados pelo governo colombiano e por exilados nos Estados Unidos.
O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, zombou das acusações, dizendo que estava totalmente concentrado no batismo de sua neta no sábado, e o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, disse que Washington não se envolveu com as explosões.
Apoiadores vestindo camisas estampadas com o rosto de Maduro foram a Caracas nesta segunda-feira, e o presidente deve discursar à multidão no palácio de Miraflores de tarde.
"Nós, trabalhadores, estamos aqui para apoiar o presidente. Nada assim jamais aconteceu ao vivo na televisão, não existe justificativa para este ataque contra o presidente", disse Melanie Diaz, de 40 anos, que trabalha no Ministério da Alimentação.
Mas o comparecimento foi baixo – algumas centenas de apoiadores, muitos deles servidores públicos, alguns dizendo que foram obrigados a comparecer, segundo testemunhas da Reuters. Muitos venezuelanos que adoravam o falecido líder Hugo Chávez deram as costas a Maduro, seu sucessor muito menos carismático.
"Hoje eles nos mandaram vir apoiar Maduro por causa do que aconteceu no sábado", afirmou Maria Berrios, de 60 anos, que trabalha no Instituto Nacional do Território Urbano.
O governo da Venezuela disse que suspeitos lançaram duas aeronaves de controle remoto DJI M600 repletas de explosivos C4 sobre um evento a céu aberto que Maduro realizava no centro de Caracas para comemorar a criação da Guarda Nacional no sábado.
Um deles foi "desviado" pelas forças de segurança, e o segundo caiu sozinho e atingiu um edifício de apartamentos, disseram autoridades.
Os ataques ressaltam os desafios de Maduro para manter o controle sobre o país-membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), onde a escassez generalizada de alimentos e remédios vem provocando revolta e desespero das favelas aos quartéis.
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447765)) REUTERS TR