BUDAPESTE (Reuters) - O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, vai se encontrar na sexta-feira com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou, informaram nesta quinta-feira a rádio Free Europe e o jornal The Financial Times. Agências de notícias russas citaram o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que não confirmou, nem desmentiu a visita. Ele afirmou, segundo a agência estatal RIA, que Putin teria uma “agenda apertada” na sexta-feira, sobre a qual o Kremlin informaria mais tarde. Essa seria a primeira vez desde a invasão da Rússia à Ucrânia que Putin e Orbán se encontram dentro de território russo. O premiê, que desde a invasão mantém um relacionamento mais próximo a Moscou se comparado aos outros líderes de membros da União Europeia, visitou a Rússia em 2022, mas não se encontrou com Putin, e esteve com o presidente em outros países. A partir do começo deste mês, a Hungria assumiu a Presidência rotativa da UE, um papel majoritariamente cerimonial. O governo do país não respondeu a perguntas enviadas por e-mail. Nesta semana, Orbán foi a Kiev e pediu ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, que considere a possibilidade de um cessar-fogo para acelerar o fim da guerra. “A Presidência rotativa da UE não tem mandato para falar com a Rússia em nome da UE”, afirmou Charles Michel, presidente do Conselho de líderes da UE, na rede social X. “Nenhuma conversa sobre a Ucrânia pode ocorrer sem a Ucrânia.” A Hungria, que é membro da União Europeia e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), recusou-se a enviar armas à Ucrânia e criticou as sanções da UE contra a Rússia, apesar de não ter usado o seu poder de veto para bloquear as medidas. Enquanto os países da Europa Ocidental têm feito grandes esforços para se livrar do gás russo desde a invasão da Ucrânia, a Hungria — que não possui acesso ao mar — obtém a maior parte de seu gás da Rússia. (Reportagem de Boldizsar Gyori em Budapeste e Felix Light (BVMF:LIGT3) em Tbilisi)