BERLIM (Reuters) - Políticos alemães acusaram a chanceler Angela Merkel neste fim de semana de tornar a Europa excessivamente dependente da Turquia na crise migratória, deixando o bloco vulnerável a chantagens do presidente turco Tayyip Erdogan.
A Turquia, ao não ceder às demandas da União Europeia para controlar suas amplas leis antiterroristas, disse na sexta-feira que as negociações para conceder isenção de visto de viagem em troca de impedir imigrantes ilegais de chegaram à UE chegaram a um impasse e o bloco deve encontrar uma "nova fórmula" para salvar o acordo.
Merkel, cuja popularidade tem sofrido devido à sua política de imigração liberal, que levou a Alemanha a receber mais de um milhão de imigrantes no ano passado, liderou os esforços da UE para garantir o acordo, assinado em março.
Enquanto o número de migrantes caiu acentuadamente neste ano, Merkel continua a atrair críticas de seus aliados conservadores na Baviera, bem como do anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD).
"Eu não sou contra as negociações com a Turquia, mas eu acho que é perigoso se tornar tão dependente de Ankara", disse Horst Seehofer, líder da União Social Cristã (CSU (SA:CARD3)), o partido bávaro irmão do Democrata Cristão(CDU) de Merkel.
Os membros do Social Democrata (SPD), partido parceiro da coalizão de Merkel, também expressou preocupação.