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Por Sarah Marsh
BERLIM (Reuters) - O homem preso após um turista espanhol ser esfaqueado no memorial do Holocausto em Berlim, na última sexta-feira, é um refugiado sírio de 19 anos, segundo procuradores locais, um dia antes de uma eleição nacional na qual preocupações com imigração devem impulsionar o partido de extrema-direita AfD.
O suspeito parecia estar planejando matar judeus há várias semanas -- aparentemente devido ao conflito no Oriente Médio --, o motivo de ter escolhido aquela localização, disseram procuradores em um comunicado.
A polícia prendeu o suspeito, cujas mãos e calças estavam sujas de sangue, pouco depois do esfaqueamento na noite de sexta-feira.
Ele carregava um tapete de oração, um Alcorão, uma nota com versos do Alcorão datado do dia anterior e o que se suspeita ter sido a arma em sua mochila, o que sugere uma motivação religiosa, segundo o comunicado dos procuradores.
O turista espanhol de 30 anos foi submetido a uma cirurgia de emergência após sofrer lesões em seu pescoço e foi colocado em coma induzido, acrescentou o comunicado, dizendo que ele não estava mais correndo risco de vida.
A campanha para a eleição de domingo foi marcada por uma série de ataques que atraíram muita atenção e nos quais os suspeitos têm origem imigrante, desviando o foco da economia em dificuldades da Alemanha e impulsionando o apoio do Alternativa para Alemanha. Segundo as pesquisas de opinião, o AfD caminha para ser segundo colocado.
Um ataque com faca em que duas pessoas foram mortas, incluindo uma criança, foi atribuído a um imigrante afegão, o que levou o bloco conservador CDU/CSU a quebrar um tabu de não cooperar com a extrema-direita para aprovar uma moção contra imigração no parlamento, com apoio do AfD.
Em dezembro, um homem saudita que vivia na Alemanha há anos, e cujas publicações nas redes sociais indicavam que simpatizava com o AfD, jogou seu carro contra uma feira natalina, matando seis pessoas e deixando centenas feridas.
O memorial do Holocausto, um dos locais mais sagrados da capital alemã, homenageia os seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial, um dos episódios mais sombrios da história da humanidade e um foco contínuo da expiação histórica alemã.
Não há, até o momento, evidências que liguem o suspeito da facada de sexta-feira a outras pessoas ou organizações, segundo os procuradores.
O suspeito, que chegou à Alemanha como um menor desacompanhado, não tinha antecedentes criminais e era desconhecido tanto pela polícia quanto pelas autoridades judiciais.
(Reportagem de Sarah Marsh; reportagem adicional de Graham Keeley em Madri)