Por Crispian Balmer
ROMA (Reuters) - O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, disse nesta terça-feira que está trabalhando para impedir que dois navios de resgate operados por instituições de caridades da França e da Espanha levem mais de 500 imigrantes ao seu país, o impasse mais recente no Mar Mediterrâneo.
O Ocean Viking, que é operado pelas ONGs francesas Médicos Sem Fronteiras e SOS Méditerranée, recolheu cerca de 356 imigrantes no litoral da Líbia desde sexta-feira, e o navio espanhol Open Arms salvou cerca de 160 pessoas.
As duas embarcações estão no centro do Mediterrâneo, uma navegação curta até a ilha italiana de Lampedusa, e buscam um porto seguro para desembarcar os imigrantes majoritariamente africanos.
Mas Salvini, líder do partido de extrema-direita Liga que viu sua popularidade disparar desde que tomou posse no ano passado e iniciou uma repressão dura à imigração, disse nesta terça-feira que os barcos não são problema de Roma.
"Estou trabalhando no ministério nesta manhã para evitar que mais de 500 imigrantes desembarquem de dois barcos de ONGs, um francês e um espanhol", escreveu Salvini no Facebook (NASDAQ:FB).
"Informarei vocês como isto termina. Não desistirei."
No início deste mês, Salvini apresentou uma nova lei elevando para até 1 milhão de euros as multas para navios que entram em águas italianas sem autorização. A lei também permite a prisão de capitães que ignorarem ordens de manter distância e instrui as autoridades navais a apreender seus barcos automaticamente.