Por Jeff Mason e Simon Lewis
WASHINGTON/REHOBOTH BEACH (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quinta-feira que deixará a Casa Branca se o Colégio Eleitoral votar a favor do presidente eleito Joe Biden, na declaração mais próxima de uma admissão de sua derrota nas eleições do dia 3 de novembro, apesar de o republicano continuar repetindo suas acusações infundadas de que houve fraude eleitoral generalizada.
Ao falar com jornalistas no feriado de Ação de Graças, Trump disse que se Biden --que deve tomar posse no dia 20 de janeiro-- for confirmado como vencedor das eleições pelo Colégio Eleitoral, ele deixará a Casa Branca.
Mas Trump disse que seria difícil para ele admitir a derrota nas atuais circunstâncias, e se recusou a dizer se compareceria à posse de Biden.
"Essa eleição foi uma fraude", insistiu Trump em um discurso por vezes incoerente na Casa Branca, no qual continuou sem oferecer evidências concretas da existência de irregularidades eleitorais generalizadas.
Biden venceu a eleição com 306 dos votos do Colégio Eleitoral --muitos mais que os 270 necessários para garantir a vitória--, contra 232 de Trump, e a reunião do Colégio Eleitoral está marcada para o dia 14 de dezembro para formalizar o resultado. Biden também lidera Trump por mais de 6 milhões de votos na contagem de votos populares.
Trump até agora se recusou a reconhecer completamente sua derrota, embora na última semana --com o aumento da pressão vinda de seu próprio Partido Republicano-- ele tenha aceitado autorizar o início do processo oficial de transição de poder.
Perguntado se deixaria a Casa Branca se o Colégio Eleitoral votar por Biden, Trump disse: "Certamente, eu irei. Certamente irei. E vocês sabem disso", declarou. "Mas eu acredito que muitas coisas vão acontecer entre agora e o dia 20 de janeiro. Muitas coisas", disse. "Fraudes massivas foram descobertas. Somos como um país de Terceiro Mundo."