União Africana pede adoção de mapa-múndi que mostre verdadeiro tamanho do continente

Publicado 14.08.2025, 12:13
Atualizado 14.08.2025, 12:15
© Reuters. Venda de mapa da África nas ruas de Bujumbura, Burundin 24/4/2015     REUTERS/Thomas Mukoya

Por Catarina Demony e AyenDeng Bior

LONDRES/DACAR (Reuters) - A União Africana apoiou uma campanha para que governos e organizações internacionais deixem de usar o mapa-múndi de Mercator do século 16 em favor de um mapa que mostre com mais precisão o tamanho da África.

Criada pelo cartógrafo Gerardus Mercator para navegação, a projeção distorce o tamanho dos continentes, aumentando as áreas próximas aos polos, como a América do Norte e a Groenlândia, e diminuindo a África e a América do Sul.

"Pode parecer apenas um mapa, mas, na realidade, não é", disse à Reuters a vice-presidente da Comissão da UA, Selma Malika Haddadi, afirmando que a projeção de Mercator promoveu uma falsa impressão de que a África é "marginal", apesar de ser o segundo maior continente do mundo em área, com 54 nações e mais de um bilhão de pessoas.

Esses estereótipos influenciam a mídia, a educação e as políticas, disse ela.

As críticas ao mapa Mercator não são novas, mas a campanha "Correct The Map" (Corrija o mapa), liderada pelos grupos de defesa Africa No Filter e Speak Up Africa, reavivou o debate, pedindo às organizações que adotem a projeção Equal Earth de 2018, que tenta refletir o tamanho real dos países. 

"O tamanho atual do mapa da África está errado", disse Moky Makura, diretora executiva da Africa No Filter. "É a campanha de desinformação mais longa do mundo, e ela simplesmente tem de parar."

Fara Ndiaye, cofundadora da Speak Up Africa, afirmou que o Mercator afetou a identidade e o orgulho dos africanos, especialmente das crianças que podem se deparar com ele no início da escola.

"Estamos trabalhando ativamente na promoção de um currículo em que a projeção Equal Earth seja o principal padrão em todas as salas de aula (africanas)", disse Ndiaye, acrescentando que espera que ela também seja usada por instituições globais, inclusive as sediadas na África.

Haddadi disse que a UA endossou a campanha, acrescentando que ela se alinha com seu objetivo de "reivindicar o lugar de direito da África no cenário global" em meio aos crescentes pedidos de reparação pelo colonialismo e pela escravidão. 

A UA defenderá a adoção mais ampla do mapa e discutirá ações coletivas com os Estados-membros, acrescentou Haddadi.

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