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3 Pontos para Ficar de Olho no Balanço da Verizon e da AT&T

Publicado 19.04.2017, 13:49
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Por Clement Thibault

A AT&T e a Verizon Communications, dois conglomerados de telecomunicação norte-americanos com atuação em diversos países, deverão apresentar seus resultados trimestrais nos próximos dias. A Verizon vai anunciar o balanço do primeiro trimestre nesta quinta-feira (20/4) antes da abertura do mercado, enquanto a AT&T publica seus números na terça-feira (25/4) também pela manhã.

AT&T Semanal período 2013-2017

A AT&T deverá apresentar lucro por ação de US$ 0,75 e US$ 40,7 bilhões em receita.

Verizon Semanal período 2013-2017

A expectativa dos analistas de Wall Street é que a Verizon deverá informar lucro por ação de US$ 0,98 e receitas na casa dos US$ 30,5 bilhões.

No passado, gigantes como a AT&T e a Verizon era provedores de serviços primários na forma de voz, texto e internet doméstica. Essas companhias, no entanto, – assim como o setor no qual operam – evoluíram muito nos últimos anos e agora focam em wireless, entregando soluções corporativas e até mesmo conteúdo, no caso da AT&T e da Verizon.

Parece que estamos em um ponto crucial para o setor de telecom; a mudança do ambiente de negócio está abrindo oportunidades para as empresas expandirem sua atuação para muito além do seu escopo original. Por essa razão, talvez agora seja o melhor momento para fazer uma longa e dura análise sobre as duas gigantes do setor.

Ações sem brilho, dividendos fortes

Uma coisa é preciso reconhecer: a performance das duas ações tem sido, para dizer o mínimo, sem brilho nos últimos quatro anos. Em abril de 2013, a ação da Verizon era negociada entre US$ 48 e US$ 54. Ontem a Verizon fechou em US$ 49,22. Houve pouca, ou nenhum ganho de capital nos últimos quatro anos.

A história da AT&T não é muito diferente. O papel era vendido entre US$ 36 e US$ 39 durante o mesmo mês de 2013 e fechou a US$ 40,25 ontem. Qualquer investidor que comprou essa ação de olho na valorização do papel está, no mínimo, decepcionado.

No entanto, os investidores mais experientes compram e mantém em carteira as ações dessas companhias não pela movimentação dos papéis, mas sim para os grandes dividendos que distribuem. A AT&T possui yield de impressionantes 4,86%, que tem se mantido e crescido nos últimos 32 anos. Esse histórico exemplar de pagamento tornou a ação parte da ‘Aristocracia de Dividendos’, nome dados às ações do S&P 500 que aumentam os dividendos seguidamente por mais de 25 anos.

A Verizon possui yield de 4,73% e tem consistentemente aumentado seus dividendos nos últimos 10 anos. Então, apesar das ações não se valorizarem, os acionistas são recompensados por seu investimento. Isso é possivelmente uma das razões pelas quais Warren Buffet segue com esses papéis em carteira.

Performance dos negócios

A Verizon é dividida em dois segmentos: “Wireless”, que inclui a rede wireless da companhia, assim como as divisões de telefonia e dados, e a “Wireline” que consiste nas operações de banda larga e fibra ótica, o que inclui a ‘Fios’ – a rede de fibra ótica da companhia.

O segmento de “Wireless”, que corresponde a 70% da receita da Verizon, teve passou por momentos difíceis em 2016, registrando queda 2,7% na receita (US$ 91 bilhões para US$ 89 bilhões) e de 0,4% na área operacional (US$ 29,9 bilhões vs US$ 29,8 bilhões), apesar de ter sido compensado por queda nas despesas operacionais. No entanto, a maior preocupação está no menor ritmo de crescimento de novos usuários. A Verizon adicionou 2,28 milhões de clientes em 2016, comparado a 4,5 milhões em 2015. A saída de clientes disparou – de 0,96% da base de clientes em 2015 para 1,01% em 2016, incluindo um quarto trimestre especialmente ruim de perda de 1,1%.

Enquanto a “Wireline” sofreu uma queda de 2,3% na receita em 2016, de US$ 32 bilhões para US$ 31,3 bilhões, na realidade o lucro foi de US$ 40 milhões, após ter prejuízo de US$ 521 milhões no ano anterior. A adição líquida de novos clientes também caiu de 677 mil em 2015 para apenas 317 mil em 2016, 53% a menos.

Já a AT&T é dividida em três segmentos: “Business Solutions”, “Entertainment Group”, que inclui TV paga e internet de alta velocidade, e “Consumer Mobility”, que é a equivalente da “Wireless” da Verizon. O segmento “Business Solution” ficou estável no último ano, com os serviços wiresless e os ‘serviços estratégicos’ (VPN e outros serviços de internet) avançando sobre os serviços de voz.

O “Entertainment Group” ganhou um impulso da integração com a DirecTV no terceiro trimestre de 2016, então uma comparação anual é difícil de ser feita, mas números anteriores mostram um crescimento de 3,4% nas receitas com vídeos de entretenimento.

O “Consumer Mobility” está sofrendo ainda mais do que seu equivalente na Verizon, com 6,5% de queda na receita no último ano, de US$ 35,5 bilhões para US$ 32,2 bilhões. No entanto, despesas operacionais menores mais que compensaram as perdas e o segmento terminou com lucro de US$ 9,8 bilhões, alta de 0,1% na comparação anual. A adição líquida de clientes também cedeu, de 463 mil para 359 mil, -22%.

Aquisições e crescimento

Como mostramos acima, as duas companhias têm lutado para crescer organicamente nos últimos anos, uma razão chave para a estagnação nos preços das ações. Consequentemente, na busca por novos caminhos para aumentar a lucratividade, as duas tem buscado as aquisições.

Os negócios mais famosos da Verizon incluem a compra da AOL em maio de 2015, por US$ 4,4 bilhões, Yahoo em julho de 2016 por US$ 4,8 bilhões, e a Fleetmactics (companhia de software de gerenciamento de frotas) em agosto de 2016, por US$ 2,4 bilhões.

Já a AT&T comprou a DirecTV em julho de 2015 por US$ 48,5 bilhões, Time Warner em outubro de 2016 por US$ 85 bilhões (US$ 108 bilhões incluindo as dívidas assumidas) e a Straight Path Communication (por sua tecnologia 5G) neste mês, por US$ 1,6 bilhão.

A diferença entre as duas companhias é clara se olharmos as recentes aquisições. A Verizon testa sua estratégia de entrar no mercado de publicidade e mídia comprando empresas que já deixaram o auge, buscando bons negócios em ativos ainda valorizados com suas marcas (ainda que uma nova revisão de suas marcas corporativas também esteja sendo considerado). Com suas compras recentes, Verizon controla do The Huffington Post, AOL, TechCrunch, Tumblr, Flicker e mais.

A AT&T por outro lado aposta alto e está indo all-in em conteúdo – incluindo televisão, streaming e conteúdo de vídeo. Esses movimentos deixam todo investidor de AT&T nervoso. A companhia está adicionando uma quantidade considerável de dívida em seu balanço para tentar criar um império de mídia, comprando negócios de conteúdo e de distribuição.

É uma abordagem integrada que os executivos da AT&T acreditam que vai ganhar no longo prazo. Por exemplo, a compra da Straight Path, ainda que pequena, poderá ser o que permitirá a AT&T controlar o espaço 5G e se beneficiar também em outras áreas, dado que a vai viabilizar que a AT&T transmita dados como vídeos, centenas de vezes mais rápido do que antes.

Comparando as ambições das duas companhias, parece que os movimentos da AT&T tem um maior upside potencial, apesar de, é claro, também ter maior risco. A AT&T possui vencimentos anuais de US$ 9 bilhões em dívidas em seu futuro previsível, mas o seu caixa livre de US$ 26 bilhões deverá ser capaz de cobrir os desembolsos, assim como os dividendos, que consumiram US$ 11,8 bilhões do caixa da empresa em 2016. Isso considerado, ainda há US$ 5 bilhões disponíveis após esses dois grandes gastos.

Conclusão

Das duas companhias, a AT&T é a que mais gostamos. É mais diversificada, tem uma base maior de consumidores e é menos afetada pela guerra de preços em curso entre os provedores de dados e telefonia, e no geral possui mais espaço aumentar receita e lucro nos próximos anos.

No entanto, a companhia é tão boa quanto o preço que você paga por ela. Por sorte, apesar do papel estar perto de seu recorde histórico, o valuation da AT&T não é excessivo. A empresa possui um preço sobre lucro de 19 e uma relação de preço sobre patrimônio de 2 e preço sobre caixa livre de 14. Surpreendentemente, tanto a relação sobre patrimônio quanto de caixa livre estão abaixo da média da indústria.

O preço sobre lucro da Verizon é de 15, abaixo da AT&T, mas sobre patrimônio e de 8,8 e sobre caixa livre é de 38,8. Note, contudo, que a Verizon mudou recentemente seu método de contabilidade, o que fez com que seus números pareçam piores do que efetivamente são.

Ainda, a AT&T parece ter um valor melhor considerando seu potencial de crescimento. Tudo considerado, nós atribuímos à Verizon a recomendação de manutenção e à AT&T definitivamente de compra. Nosso ponto de entrada ideal da AT&T é de US$ 37, mas qualquer coisa abaixo de US$ 40 é razoável.

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