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As ações americanas devem finalizar 2023 com resultados positivos, graças à expectativa de que o Federal Reserve tenha encerrado sua série de aumentos de juros.
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Apesar do ambiente favorável no mercado, uma variedade de riscos deve estar no foco dos investidores.
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A poucos dias do fim de 2023, as ações em Wall Street caminham para fechar o ano em alta, com os investidores cada vez mais confiantes de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) encerrou o ciclo de alta dos juros.
O índice composto da Nasdaq, que reúne as principais empresas de tecnologia, lidera o desempenho, com valorização de 43,3% no acumulado do ano, impulsionado pelo grupo 'Magnificent 7' de gigantes do setor, como Nvidia (NASDAQ:NVDA), Meta Platforms (NASDAQ:META), Tesla (NASDAQ:TSLA), Alphabet (NASDAQ:GOOGL), Microsoft (NASDAQ:MSFT), Apple (NASDAQ:AAPL) e Amazon (NASDAQ:AMZN).
Já o S&P 500 e o Dow Jones Industrial, que reúne as 30 maiores blue-chips do país, avançam 24,2% e 13,3% respectivamente no ano.
Para 2024, os investidores enfrentam um cenário cheio de incertezas, que exige uma atenção redobrada sobre cinco riscos significativos que podem afetar os mercados e o humor dos investidores ao longo do ano.
Esses cinco riscos destacam a necessidade de uma abordagem cautelosa e flexível para lidar com as complexidades de 2024.
1. Incertezas com a política monetária dos EUA
A postura do Fed em relação aos juros será o fator mais determinante para a dinâmica do mercado em 2024. A dicotomia entre as expectativas crescentes de cortes nos juros e um cenário em que o Fed mantém os juros elevados por mais tempo cria um clima de imprevisibilidade no início do novo ano.
Depois de elevar os juros em 525 pontos-base desde março de 2022 para o intervalo atual de 5,25%-5,50%, muitos agentes do mercado estão mais otimistas de que o Fed encerrou o aperto monetário.
Na manhã de quarta-feira, a probabilidade de um corte nos juros na reunião do Fed de março de 2024 era de cerca de 75%, segundo o Monitor de Juros do Fed, fornecido pelo Investing.com, enquanto a chance de um corte em maio era de cerca de 95%.
As perspectivas de uma política monetária mais relaxada aumentaram após o Fed sinalizar uma postura mais suave na semana passada, com os dirigentes indicando três cortes nos juros em 2024.
No entanto, houve sinais de divergência entre os membros do Fed nos dias seguintes à última reunião, com alguns integrantes do Fomc, comitê de política monetária dos EUA, demonstrando oposição à reação otimista do mercado.
Se a economia mostrar resiliência, o que levará a um período prolongado de juros altos, ou se sinais de fragilidade exigirão uma mudança para cortes nos juros, permanece uma questão crucial.
Essa incerteza paira sobre as expectativas do mercado, estimulando um comportamento de investidor prudente e calculista em um ambiente onde os sinais de política podem influenciar significativamente as avaliações de ativos e as percepções de risco.
O Fed corre o risco de cometer um grave erro de política se começar a afrouxar as condições monetárias muito cedo, o que poderia reacender as pressões inflacionárias.
2. Recessão nos EUA e desaceleração da economia mundial
A possibilidade de uma recessão nos EUA em 2024 é o principal fator que influenciará o ritmo e a intensidade dos cortes nas taxas de juros pelo Fed.
Contrariando as expectativas de uma forte desaceleração, a economia americana demonstrou uma resiliência maior do que a antecipada por muitos analistas de Wall Street, e o crescimento econômico superou as projeções mesmo com as taxas de juros mais elevadas, gerando otimismo entre os investidores sobre uma transição suave.
No entanto, ainda há riscos no horizonte, pois o Fed projeta que a economia crescerá apenas 1,4% em 2024, uma queda expressiva em relação aos 2,6% registrados em 2023.
E com os formuladores de políticas do Fed admitindo que os efeitos e o impacto de seus aumentos de taxas ainda não se refletiram totalmente na economia, o crescimento pode perder mais fôlego no próximo ano.
Além disso, o cenário de uma potencial recessão em mercados globais importantes, especialmente na Europa e na China, representa outra ameaça que exigirá dos participantes do mercado a revisão de suas estratégias de investimento para 2024.
O crescimento econômico fraco da Europa e os desafios persistentes, agravados por incertezas em torno de potenciais interrupções no fornecimento de energia, traçam um panorama preocupante. Ao mesmo tempo, a China, uma potência econômica global, enfrenta uma desaceleração do ritmo de crescimento em meio a repressões regulatórias e esforços para reequilibrar sua economia.
Neste ambiente, os investidores têm o desafio de ajustar suas estratégias para se protegerem contra as implicações abrangentes de uma desaceleração econômica global mais ampla.
3. Inflação
Com a inflação em queda e o Federal Reserve indicando cortes nas taxas de juros em 2024, muitos investidores parecem estar confiantes para o ano que vem.
De fato, a inflação nos EUA recuou significativamente desde junho de 2022, quando atingiu o maior nível em 40 anos, de 9,1%, em meio ao ciclo agressivo de elevação de taxas do Fed.
No entanto, a inflação ao consumidor continua bem acima da meta de 2% do banco central, apesar dos esforços contínuos do Fed para conter o IPC, que avançou a uma taxa anual de 3,1% no último mês.
Além disso, novas perturbações nas cadeias de suprimentos globais representam um risco adicional, podendo provocar uma reaceleração da inflação em 2024, e criando desafios adicionais para a estabilidade econômica.
Assim, acredito que há um risco elevado de que a inflação possa surpreender as expectativas e persistir em níveis altos por mais tempo do que os mercados atualmente esperam, o que teria um impacto de longo alcance nos planos de política monetária do Fed.
A complexidade desses desafios requer uma vigilância atenta, pois qualquer aceleração inesperada nos preços ao consumidor pode não apenas abalar a confiança do mercado, mas também demandar um ajuste das estratégias de investimento em antecipação a ventos contrários inflacionários prolongados.
4. Turbulência geopolítica e no mercado de energia
As tensões geopolíticas provavelmente lançarão sombras sobre os mercados globais e continuarão a ser um fator de risco que requer a atenção dos investidores no novo ano.
A continuidade de conflitos em regiões críticas, como Ucrânia e Oriente Médio, em conjunto com hostilidades cada vez maiores, especialmente no mar da China Meridional, servem como potenciais gatilhos para flutuações de mercado.
Os investidores devem estar preparados para lidar com as consequências de distúrbios geopolíticos que podem desestabilizar o mercado e alterar o cenário global de investimentos.
No setor de energia, a vulnerabilidade a mudanças repentinas, devido a fatores geopolíticos, é uma realidade. Os preços do petróleo podem subir devido a tensões agravadas e restrições de fornecimento no Oriente Médio.
Tensões elevadas em regiões vitais ou escaladas envolvendo atores importantes podem levar a um aumento imediato nos preços da energia, desafiando a estabilidade econômica global e intensificando as pressões inflacionárias.
Diante dessas complexidades, os investidores devem reavaliar seus portfólios de investimento, apetites de risco e exposições ao mercado para navegar com segurança nesse cenário incerto.
5. Incerteza da eleição presidencial dos EUA
Com a eleição presidencial dos EUA de 2024 se aproximando, as incertezas políticas começam a se entrelaçar com as dinâmicas do mercado financeiro.
A disputa presidencial, marcada por narrativas em constante evolução e contrastes entre os potenciais candidatos, adiciona uma nova camada de complexidade. Pesquisas e sites de apostas apontam o ex-presidente Donald Trump como favorito em uma possível disputa contra Joe Biden.
Trump, atualmente, leva uma vantagem de cerca de cinco pontos percentuais sobre Biden entre os eleitores registrados ou prováveis, conforme a eleição de novembro de 2024 se aproxima.
Este cenário coloca Biden como apenas o segundo presidente em exercício, desde o início das pesquisas eleitorais, a estar em desvantagem na corrida pela reeleição nesta fase da campanha. Historicamente, nos últimos 80 anos, presidentes em exercício tendem a liderar seus concorrentes por mais de 10 pontos, aproximadamente um ano antes da eleição.
O debate eleitoral que se avizinha tem potencial para moldar o sentimento dos investidores e influenciar as decisões de investimento, criando um ambiente em que o cenário político exerce um impacto significativo sobre as tendências do mercado.
Diante disso, a eleição presidencial nos EUA em 2024 traz consigo uma sombra de incerteza que paira sobre os mercados financeiros.
Estratégias para o Momento
O entrelaçamento desses cinco fatores pode ter um impacto considerável nos movimentos do mercado, nas preferências de risco e nas estratégias de investimento para 2024.
Manter-se atualizado e atento a esses riscos e sua evolução contínua é essencial para investidores que desejam transitar com sucesso por um terreno cheio de incertezas e evitar armadilhas no próximo ano.
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Aviso: este artigo é meramente informativo e não constitui qualquer oferta ou recomendação de investimento.