Chuvas em todo o Centro-Sul do Brasil atrasaram a moagem de cana-de-açúcar nas usinas, que continuaram fora do mercado spot no início da semana passada, segundo indicam pesquisadores do Cepea. A produção foi retomada a partir da quarta-feira, 24, mas o volume de negociações não foi significativo. Conforme colaboradores do Cepea, algumas unidades produtoras indicam que só voltam a negociar nesta semana no mercado à vista, devido aos compromissos com volumes já contratados. Nesse cenário, os preços têm registrado altas. De 22 a 29 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal cor Icumsa entre 130 e 180, subiu 1,32%, fechando a segunda-feira, 29, a R$ 77,91/saca de 50 kg.
ETANOL: CHUVAS DIMINUEM OFERTA EM SP E HIDRATADO SE VALORIZA
As ofertas de etanóis anidro e hidratado estiveram reduzidas no estado de São Paulo na última semana, devido às chuvas, que paralisaram a moagem de cana-de-açúcar. Segundo pesquisadores do Cepea, a retomada do processamento foi observada apenas no final do período, mas ainda de forma lenta. Nesse cenário, os preços do hidratado subiram no mercado spot paulista, depois de praticamente quatro semanas em queda. Entre 22 e 26 de maio, o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol hidratado foi de R$ 1,3994/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), alta de 0,89% em relação ao anterior. Já o Indicador CEPEA/ESALQ do etanol anidro ficou praticamente estável (-0,08%), a R$ 1,6119/litro (sem PIS/Cofins) na semana passada. Do lado das distribuidoras, o interesse de compra de etanol foi relativamente baixo, o que refletiu em pouco volume negociado. Esses demandantes estiveram atentos à possibilidade de recuo nos preços, fundamentados na proximidade de final de mês, quando usinas geralmente precisam “fazer caixa”.
TRIGO: SEMEIO É INICIADO NO SUL DO PAÍS
Produtores do Brasil, Argentina e Estados Unidos estão focados no semeio de trigo para a nova temporada. Enquanto na América do Sul os trabalhos ainda estão no início, nos Estados Unidos o semeio de primavera se aproxima da fase final. No Brasil, segundo colaboradores do Cepea, as chuvas dos últimos dias no Sul chegaram a paralisar as atividades de campo, mas o desenvolvimento das lavouras já implantadas é considerado satisfatório. Quanto aos preços, seguem firmes no mercado interno. Segundo pesquisadores do Cepea, os valores têm sido sustentados pela baixa disponibilidade e pelo dólar em patamares mais elevados, o que aumenta a competividade do cereal brasileiro frente ao importado.
TOMATE: PROBLEMAS COM QUALIDADE ACENTUAM DESVALORIZAÇÃO DO FRUTO
Os preços do tomate salada longa vida continuam em queda na Ceagesp. Além da oferta elevada e do fraco ritmo de negócios, os frutos têm apresentado baixa qualidade, principalmente os provenientes de Mogi Guaçu e Sumaré (SP) e de algumas regiões do Sul de Minas, que apresentam manchas devido às chuvas volumosas no início do período. Entre 22 e 26 de maio, os tomates longa vida 2A e 3ª tiveram médias de R$ 16,15/cx e de R$ 30,16/cx de 20 kg, respectivamente, quedas de 39% e 31%.