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A Ascensão de Uma Nova Direita

Publicado 10.10.2018, 14:46
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Os resultados da votação de primeiro turno nas eleições de 2018 acabaram por surpreender grande parte dos analistas políticos – inclusive este que vos fala – e consolidaram a ascensão de uma nova direita no Congresso. Por pouco, não elegeram no primeiro turno o grande motor deste movimento, Jair Bolsonaro.

O candidato do PSL tinha, na última semana de pesquisas, estimativas por volta de 35% dos votos totais no primeiro turno. No sábado, Datafolha e Ibope apontaram que Bolsonaro seria a opção de 41% dos votos válidos. Na boca de urna do Ibope, o número subiu para 45% dos válidos.

O resultado não foi nada mais nada menos que 46,03% dos votos válidos, o que significa aproximadamente 42% dos votos totais. Em resumo, nenhuma pesquisa conseguiu prever a escalada vertiginosa do candidato nos últimos dias antes da eleição.

Da mesma forma, arrisco dizer que ninguém projetou um sucesso tão grande do PSL, partido considerado nanico, no desempenho das casas legislativas. Na Câmara dos Deputados, o partido se tornou a segunda maior bancada, com 52 parlamentares, somente atrás do PT (56). No Senado Federal, o partido entra pela primeira vez em sua história com expressivos 4 senadores.

O cenário, portanto, é de amplo otimismo de que o militar da reserva seja eleito e consiga tranquilamente dialogar com o Congresso para que seus projetos e reformas sejam pautados e aprovados rapidamente.

Mas será que Bolsonaro terá realmente o apoio necessário na Câmara e no Senado? Com pouco poder de barganha – afinal, o candidato promete reduzir drasticamente os número de Ministérios e indicar praticamente todos os nomes com viés técnico e não político –, o candidato terá de convencer os Congressistas de que votar suas pautas é o melhor para garantir os interesses de todos.

Falando em números, o próximo presidente precisará de ⅔ da Câmara e do Senado para aprovar as medidas mais sensíveis - aquelas via Emenda Constitucional. Isso significa que sua base aliada deverá ter, no mínimo, 342 deputados e 54 senadores.

Traçando uma estimativa grosseira com base na estrutura atual da Câmara e na sua próxima disposição, que irá vigorar a partir de fevereiro de 2019, temos os seguintes resultados: se nenhum partido mudar de posição, a situação teria 347 deputados, os deputados de partidos independentes somariam 22 e os de oposição, 144.

Aqui, podemos olhar o copo meio cheio ou meio vazio. Há quem diga que 347 deputados (contando com o apoio incondicional de todo Centrão - principalmente PSDB e MDB - nesta conta) é um número muito próximo do limite mínimo e, portanto, perigoso por colocar em risco a maioria qualificada de Bolsonaro.

Outros, mais otimistas, contam com um eventual apoio do PROS, aliado do PT nessas eleições, assim como do grupo dos partidos independentes que podem vir a se tornar aliados – grupo formado pelo Podemos, pelo PHS, PV e Rede.

No Senado, a situação é semelhante: levando em consideração a atual base do governo, Bolsonaro teria 55 senadores a seu lado, bem no limite mínimo dos ⅔ . Na conta, entraram os partidos que não tinham cadeira na câmara alta, como PRP, PSC e SD.

O fato é que a euforia do início dessa semana tem fundamento. Ninguém do mercado financeiro entende que um eventual governo do PT seria melhor do que um do PSL, ainda que esse último não tenha as favas contadas. E, de fato, o militar é favorito pelo histórico das eleições em segundo turno e pela quantidade de votos que já possui.

Sendo pragmático – não importando quem vença o segundo turno –, é necessário um reposicionamento para o centro político a fim de amenizar a polarização construída no último mês de eleições. Somente um governo conciliador poderá anestesiar um Congresso que, assim como em 2014, sairá dividido.

O principal diagnóstico do primeiro turno é o papel central na composição da bancada de direita que o PSL desempenhará nos próximos quatro anos. O fenômeno Bolsonaro, encalacrado na garganta de uma parte da classe baixa e grande parte da classe média e alta ao redor de todo o país, engoliu o PSDB. A tradicional centro-direita tucana perdeu espaço para uma nova direita mais conservadora, encabeçada pelo PSL. Fenômeno esse que é tendência mundial no atual ciclo geopolítico mundial.

Últimos comentários

Bolsonaro se convertiu ao neoliberalismo.. O povo vai ser afeitado pelas reformas do tradalho e da aposentadoria.. A maioria dos basileros vai acordar cedo.
psdb centro direita. Sei.
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