Ibovespa fecha quase estável em pregão com ajustes e cena corporativa sob holofote

Publicado 25.08.2025, 17:06
Atualizado 25.08.2025, 17:50
© Reuters.

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou quase estável nesta segunda-feira, marcada pela disparada de GPA, após a família Coelho Diniz ampliar a fatia no varejista e pedir mudanças no conselho, bem como desempenho forte de Eneva, com a perspectiva de leilões de capacidade de energia, enquanto Rumo figurou na ponta negativa com incertezas sobre tarifas de frete na segunda metade do ano.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa terminou com variação positiva de 0,04%, a 138.025,17 pontos, tendo marcado 137.970,63 pontos na mínima e 138.890,17 pontos na máxima do dia. O volume financeiro somou apenas R$15 bilhões.

De acordo com o estrategista Felipe Paletta, da EQI Research, o Ibovespa refletiu, em parte, movimentos de correção em alguns papéis, após performances robustas na sexta-feira, com a sinalização do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, de que o banco central norte-americano deve começar em breve um ciclo de cortes de juros na maior economia do mundo.

Tal perspectiva, contudo, também continuou amparando algumas ações, acrescentou Paletta, particularmente papéis sensíveis a juros, visto que, combinada com nova melhora nas previsões para a inflação medida pelo IPCA na pesquisa Focus em meio a sinais de desaceleração da atividade econômica, abre margem para que o BC brasileiro possa seguir o mesmo caminho do Fed.

O estrategista também chamou a atenção para o noticiário corporativo, principalmente anúncios envolvendo o GPA e com potenciais reflexos para a Eneva.

No exterior, Wall Street fechou com sinal negativo, após uma sexta-feira mais otimista com o entendimento pelo mercado, após falas de Powell, de que o Fed deve começar a cortar os juros em setembro. O Dow Jones recuou 0,77% e o S&P 500 cedeu 0,43%, enquanto o Nasdaq caiu 0,22%. Investidores aguardam o balanço da Nvidia previsto para a semana.

DESTAQUES

- GPA ON disparou 8,98% após divulgar no domingo que a família Coelho Diniz aumentou sua fatia na companhia para quase 25% e pediu convocação de assembleia geral extraordinária para decidir sobre a destituição integral do conselho de administração e eleição de novos membros para o colegiado do varejista de alimentos. GPA disse que tomará as medidas necessárias para convocar a AGE no prazo legal.

- ENEVA ON avançou 4,61%, em meio ao plano do governo brasileiro de realizar dois leilões de capacidade de energia, habilitando para a disputa usinas termelétricas a carvão, óleo e gás natural, além de expansão de hidrelétricas. As consultas públicas devem durar 20 dias, já que o governo tem pressa para realizar o leilão em março do ano que vem, segundo fontes do Ministério de Minas e Energia.

- RUMO ON caiu 3,05%, com incertezas sobre tarifas de frete na segunda metade do ano. O Citi reiterou a recomendação neutra para a ação, enquanto reduziu previsões e cortou o preço-alvo do papel, citando que a oferta e a demanda na logística não têm sido tão fortes quanto se esperava, o que tem pressionado tarifas, enquanto também vê riscos de pressão no poder de precificação da companhia além de 2025.

- RD SAÚDE ON perdeu 3%, após três altas seguidas, período em que acumulou ganho de 7,6%. Analistas do Safra elevaram a recomendação para os papéis da dona da rede Drogasil para "outperform", bem como o preço-alvo, de R$17 para R$23, citando um segundo trimestre melhor do que o esperado, com melhora operacional em margens e perspectivas de revisões de lucro para cima, conforme relatório a clientes.

- BANCO DO BRASIL ON cedeu 2,2%, ainda sensível aos ruídos relacionados à aplicação da Lei Magnitsky e ao resultado fraco do segundo trimestre. Na sexta-feira, o BB acionou a Advocacia Geral da União contra o que chamou de "publicações inverídicas e maliciosas" envolvendo o banco. ITAÚ PN recuou 0,51%, mas BRADESCO PN subiu 0,25% e SANTANDER BRASIL UNIT valorizou-se 0,7%.

- VALE ON fechou com acréscimo de 0,24%, reduzindo o fôlego após avançar mais de 1% nos primeiros negócios, quando buscou suporte nos futuros do minério de ferro na China. O contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas com alta de 2,27%, a 787 iuanes (US$110,06) a tonelada, o maior valor desde 14 de agosto.

- PETROBRAS PN subiu 0,59%, em dia de alta do petróleo no mercado internacional. O barril sob o contrato Brent avançou 1,58%, a US$68,80. A estatal também informou nesta segunda-feira que iniciou no domingo um aguardado simulado de emergência na Bacia da Foz do Rio Amazonas. No setor, PETRORECONCAVO ON avançou 2,58%, BRAVA ON fechou em alta de 1,24% e PRIO ON ganhou 0,34%.

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