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A Ação do Fluxo da Vez - e o Enigma

Publicado 30.04.2015, 20:57

Sorria!

O Banco Central confirmou as expectativas predominantes e aumentou a taxa de juros em meio ponto, para 13,25% ao ano.

Se houvesse alguma novidade ontem, estaria no comunicado da decisão...

... e ele veio rigorosamente idêntico ao anterior: sugere continuidade do aperto monetário e deve forçar um ajuste na curva de juros, em especial na parte mais curta.

De certa forma, o próprio BC reconhece o erro de sua política ao ter levado a Selic para a casa de 7%, para pouco tempo depois ter de subir tudo de volta, para os atuais 13,25%.

Véspera de feriado? Sorria! Você tem o maior juro real do mundo.

Aprecie com moderação

Essa é tradicional, um tanto clichê, mas um bocado importante.

Juros cada vez mais para cima são uma pedida em favor dos títulos pós-fixados, dando folêgo adicional para as LFTs (Tesouro Selic).

Para a parte (grande) e conservadora do seu patrimônio, continua uma bela pedida.

Quem mais ganha com isso?

Os bancos, principalmente aqueles de maior spread bancário (Itaú e Bradesco), e as seguradoras.

Também ganha o consumo defensivo penalizado em excesso, sem dívida e com forte posição de caixa, capaz de comemorar o aumento da Selic em seu resultado financeiro.

E quem perde?

Incorporadoras e empresas de consumo tradicionalmente sofrem com Selic mais alta. Apesar dos financiamentos de imóveis serem na verdade atrelados à TR, e não à Selic, estamos falando de um setor de ciclo de negócio longo, intensivo em capital e dependente de crédito de longo prazo.

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A alta do juro pode aumentar a inadimplência e pressionar a velocidade de vendas das incorporadoras, em um cenário que já está complicado, de desaceleração no ritmo de lançamentos.

E tem a faca de dois legumes...

As concessionárias de rodovias também encontram desconforto (i) condicionado ao fato de terem sua dívida lastreada à Selic, ainda que indiretamente (amarrada a TJLP e CDI), enquanto (ii) suas receitas têm o fator multiplicador pela inflação (perspectiva de pressão baixista com a Selic mais elevada).

A (não tão precisa) interpretação de custo de oportunidade

Os fundos imobiliários tradicionalmente perdem apelo como produto financeiro em momentos de aumento de juro, pela percepção de custo de oportunidade atrelada às distribuições desses fundos.

É a velha (e equivocada) interpretação de “rendimento de poupança com risco de Bolsa”.

Mas e se o aumento dos juros estiver perto do fim? A mesma mão que bateu passará a afagar. Você deve estar preparado para este momento iminente com os melhores Fundos Imobiliários do mercado.

Quem vê prejuízo não vê coração

A Vale anunciou hoje seus resultados, com prejuízo de R$ 9,5 bilhões.

Como homenagem, o CEO da mineradora, Murilo Ferreira, foi anunciado oficialmente na presidência do Conselho de Administração da Petrobras.

Mas, falando sério, o resultado não foi bom em linhas gerais, mas foi bom dentro do possível.

O prejuízo se deveu, basicamente, à marcação a mercado da dívida (sem impacto no caixa), que subiu bastante com a disparada do dólar no primeiro trimestre. Mas é preciso diferenciar estoque de fluxo...

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No fluxo, ou, na operação, o dólar beneficia a Vale. A mineradora tem mais de 90% de suas receitas em dólares, para cerca de 65% de sua base de custos em reais.

O lado positivo da coisa é que a mineradora conseguiu enxugar bastante sua estrutura de custos. Despesas com vendas, gerais e administrativas foram reduzidas em 30%, com pequisa e desenvolvimento em 17%...

O custo-caixa da Vale, com isso, ficou em torno de US$ 37 por tonelada, somando royalties e frete. Esse custo era da ordem de US$ 44,9/ton um ano atrás.

O problema?

O preço de realização do minério de ferro no primeiro trimestre deste ano foi de US$ 46 por tonelada. Era de US$ 94,8/ton no primeiro trimestre do ano passado.

Moral da história...

Vale é uma empresa muito melhor hoje (custo-caixa bem mais enxuto), mas isso não impede a geração de caixa operacional dela (ebitda) cair 60%, ou seu ROE (retorno sobre patrimônio líquido) ir de 5,7% um ano atrás para menos de 1% agora.

Tudo por conta da flutuação de preço do minério de ferro...

Agora note que a própria Vale, que é a maior produtora de minério de ferro do mundo, em tese quem tem o melhor nível de informação sobre esse mercado (é formadora de preço), tem errado consistentemente suas projeções para o preço do minério!

Imagine então o quão incapazes somos eu, você, ou qualquer outro agente de mercado de projetar tendências para o preço de matérias primas, que simplesmente mudam tudo para a empresa.

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Ações de commodities?

Só após investigação redobrada.

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