Passada uma semana intensa de indicadores econômicos relevantes e mercados positivos, especialmente após uma série de inflações abaixo das expectativas e dados mais fortes de atividade econômica, iniciamos a atual com a surpresa da China e sua política monetária.
O PBoC decidiu por um corte de juros inesperado e reduziu a taxa em 10 bp, de 2,85% para 2,75% em mais um esforço contracíclico da economia chinesa em tentar preservar o crescimento econômico, após os efeitos adversos do programa de COVID zero, afetando os indicadores.
Isso pode ser observado ontem mesmo, com o resultado de produção industrial anual abaixo das expectativas, aos 3,8%, quando o esperado era 4,5% e vendas ao varejo de 2,7%, quando o projetado era 4,9%, tudo isso, ao menos com a preservação de vagas, com a taxa de desemprego aos 5,4%, abaixo do anterior e do projetado de 5,5%.
Neste sentido, a China deve continuar a alterar a atual política, de forma a possibilitar a continuidade da atividade econômica, mesmo criando restrições pontuais contra o vírus, o que já tem afetado o fluxo global de mercadorias, com redução dos preços ao atacado e de fretes.
Para o Brasil, o benefício indireto da redução dos juros chineses, além do diferencial entre as taxas, vem da percepção de que o crescimento econômico no globo deve ocorrer de maneira desigual, independente do rumo das economias como blocos.
Isto é especialmente verdade para as nações emergentes e economias não tão diretamente alinhadas com a Europa, por exemplo, além de países africanos, mais fortemente conectados com a China.
Na semana de agenda macroeconômica limitada, as atenções se voltam também às falas de diversos membros de bancos centrais, aqui e no exterior, com destaque para Campos Neto no Instituto Millenium, exatamente debatendo sobre a inflação.
A expectativa é que, utilizando do expediente da comunicação extra-ambiente informacional do Bacen, o presidente traga alguma luz sobre a expectativa do mercado, e nossa, de manutenção da atual taxa de juros e sua preservação nos atuais níveis por um período relativamente longo, ou seja, até que as decisões anteriores estejam em pleno funcionamento na economia.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, após uma semana de ganhos intensos e na expectativa pelos balanços de grandes varejistas.
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com alta no Nikkei, apesar do PIB levemente abaixo das expectativas e do corte inesperado na China, após dados negativos de atividade.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao minério de ferro e cobre.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, após anúncio da Aramco (TADAWUL:2222) dizendo que está pronta para aumentar expressivamente a produção de petróleo.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 6,81%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,0753 / -1,58 %
Euro / Dólar : US$ 1,02 / -0,643%
Dólar / Yen : ¥ 133,47 / -0,053%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / -0,610%
Dólar Fut. (1 m) : 5099,44 / -1,85 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,62 % aa (-0,66%)
DI - Janeiro 24: 12,84 % aa (-0,85%)
DI - Janeiro 26: 11,60 % aa (-1,36%)
DI - Janeiro 27: 11,58 % aa (-1,78%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 2,7765% / 112.764 pontos
Dow Jones: 1,2730% / 33.761 pontos
Nasdaq: 2,0914% / 13.047 pontos
Nikkei: 1,14% / 28.872 pontos
Hang Seng: -0,67% / 20.041 pontos
ASX 200: 0,45% / 7.064 pontos
ABERTURA
DAX: 0,051% / 13802,94 pontos
CAC 40: 0,167% / 6564,80 pontos
FTSE: -0,030% / 7498,66 pontos
Ibov. Fut.: 2,25% / 112585,00 pontos
S&P Fut.: -0,50% / 4259,75 pontos
Nasdaq Fut.: -0,495% / 13519,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -2,34% / 120,32 ptos
Petróleo WTI: -4,38% / $88,06
Petróleo Brent: -4,33% / $93,90
Ouro: -1,16% / $1.777,47
Minério de Ferro: -4,05% / $105,90
Soja: -1,94% / $1.503,75
Milho: -2,27% / $624,50
Café: -0,57% / $225,10
Açúcar: 0,38% / $18,64