Sem nada especificado, o mercado aparentemente gostou do discurso de Trump, muito mais por parecer mais “presidenciável”, com um discurso lido, do que pelo conteúdo nele implicado. Alguns setores já começam a se agitar, na expectativa de menor regulação.
Em conversa com alguns antigos clientes nos EUA, os quais operavam o sensível e perigoso transporte de óleo de xisto (shale oil), estes se mostram muito animados com a possibilidade tanto de menor regulação do transporte, quanto do fracking, um tipo de extração igualmente polêmica, onde água pressurizada cria rachaduras no xisto e faz com que o gás emerja no processo.
Trump não ofereceu nenhum detalhe para impulsionar tal extração, o que dá um leve impulso ao petróleo nesta manhã, ao mesmo tempo, ele não detalhou praticamente nada em outros setores, o que deixa em aberto para especulações.
Enquanto isso, o petróleo fecha o segundo mês do ano travado entre US$ 50 e US$ 55 o barril e dificilmente ganha força para avançar no restante do ano. A faixa atual, principalmente estável já dá espaço maior para a produção americana e os produtores locais apostam que quaisquer altas acima de US$ 56 em NY faz da produção local algo ainda mais viável, ou seja, maior oferta e estoques. Petróleo a US$ 70, US$ 80 continua uma ilusão longínqua.
O aço e o cobre abrem o dia em alta, enquanto os metais “defensivos” caem. Bolsas na Europa em alta consistente, assim como os futuros em NY. Dolar abre em queda em termos globais, mas se estabiliza, enquanto rendimento dos Treasuries em forte alta.
CENÁRIO MACROECONÔMICO
Por mais uma vez, Trump muito falou e pouco disse... e o mercado gosta. O novo presidente americano citou suas pretensões, porém trouxe poucos detalhes daquilo que pode ser um plano econômico crível, principalmente no que cerne os US$ 1 tri de gastos e os cortes de impostos.
Para muitos, a falta de notícia ainda é positiva, pois evita maior abertura de alta de juros por parte do FOMC, mesmo que tal premissa já tenha sido citada por membros do comitê em discursos nesta semana.
É difícil dar atenção ao discurso de Trump sobre o péssimo estado da economia, em vista aos diversos indicadores econômicos dizendo o exato oposto todos os dias, portanto, o alvo continua a ser o Fed e os indicadores de atividade, principalmente os do mercado de trabalho.
CENÁRIO POLÍTICO
As atenções agora se voltam aos depoimentos dos executivos da Odebrecht contra a chapa Dilma/Temer no TSE, porém devem ser mantidos em sigilo, segundo a justiça federal.
De volta parcialmente do carnaval, as disputas políticas continuam no congresso, entre o ministério das relações exteriores com vaga em aberto e o Comissão de Assuntos Econômicos do Senado prometida a Tassio Jereissati, mas o qual o PMDB está de olho.
Aliás, em tudo o PMDB está de olho, com os nervos em alta pelo avanço do PSDB do governo. Não basta conseguirem o ministério da justiça, queriam ainda que fosse mineiro e contrário à Lava Jato. A política está ainda cega, antiquada, estacionada no séc. XX enquanto o mundo atravessa o séc. XXI.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,1104 / 1,52 %
Euro / Dólar : US$ 1,05 / -0,321%
Dólar / Yen : ¥ 113,63 / 0,763%
Libra / Dólar : US$ 1,24 / 0,008%
Dólar Fut. (1 m) : 3136,53 / 1,60 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 18: 10,34 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 19: 9,86 % aa (0,51%)
DI - Janeiro 21: 10,11 % aa (0,70%)
DI - Janeiro 25: 10,38 % aa (0,97%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,18% / 66.662 pontos
Dow Jones: -0,12% / 20.812 pontos
Nasdaq: -0,62% / 5.825 pontos
Nikkei: 1,44% / 19.394 pontos
Hang Seng: 0,15% / 23.776 pontos
ASX 200: -0,13% / 5.705 pontos
ABERTURA
DAX: 1,435% / 12004,19 pontos
CAC 40: 1,438% / 4928,47 pontos
FTSE: 0,902% / 7328,93 pontos
Ibov. Fut.: -0,19% / 67383,00 pontos
S&P Fut.: 0,487% / 2374,30 pontos
Nasdaq Fut.: 0,619% / 5365,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,42% / 88,10 ptos
Petróleo WTI: 0,35% / $54,20
Petróleo Brent:0,55% / $56,82
Ouro: -0,22% / $1.245,68
Aço: 0,61% / $87,30
Soja: 1,30% / $19,55
Milho: 1,02% / $370,50
Café: -0,36% / $140,20
Açúcar: 1,35% / $19,49