Faltando menos de duas semanas para as eleições, as mais recentes pesquisas de intenção de voto apontam para uma consolidação do quadro prospectivo para o segundo turno, entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. A consolidação dessa tendência deixa o país e os mercados apreensivos, uma vez que a polarização entre direita e esquerda não parece ser saudável, sob o aspecto da governabilidade.
Esta polarização, de acordo com o economista da Órama Alexandre Espirito Santo, torna a escolha consciente dos parlamentares ainda mais fundamental, já que o país precisa de reformas estruturais, e o presidente eleito não governará sozinho. Este é um dos tema de hoje da série “De Olho nas Eleições”.
Confira abaixo as análises de Espirito Santo:
IBOPE – A sondagem do Ibope, divulgada segunda-feira à noite, aponta para um cenário bem disputado entre os dois primeiros candidatos, com Bolsonaro estável em 28% e Haddad pulando para 22% nas intenções de voto. Destaque para os índices de rejeição, que apontam para um expressivo aumento no caso de Bolsonaro, contrastando com as demais pesquisas da semana. Assim, a pesquisa Ibope mostra uma dificuldade de Bolsonaro contra todos os demais candidatos no segundo turno.
CPMF – “Ruídos internos” vêm atrapalhando a performance de Bolsonaro, como foi o caso da divulgação de que seu assessor econômico, Paulo Guedes, estaria especulando sobre a volta de um imposto à lá CPMF. A proposta foi prontamente usada pelos adversários e desmentida, depois, pelo próprio candidato, em suas redes sociais e em entrevista à rádio Jovem Pan.
VOTOS DE LULA – No lado oposto, Haddad precisa manter a tendência de alta das últimas duas semanas, angariando os votos que iriam para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
FATOS NOVOS – Quanto a Ciro Gomes, Geraldo Alckmin e Marina Silva, estes precisam de fatos novos para conseguir reverter o quadro – o que, convenhamos, é difícil (não impossível) pela exiguidade de tempo. O problema aqui é que, a depender das estratégias, o tiro pode acabar saindo pela culatra.
LEGISLATIVO – É útil voltarmos a um tema do início de nossas análises, há um mês. Com a tendência atual, passa a ser cada vez mais importante a eleição para o Congresso. Tanto Bolsonaro quanto Haddad precisarão das Casas para aprovarem as reformas. Seus índices de rejeição nas urnas serão elevados; maiores do que suas potenciais votações. Nessa linha, é indispensável analisar o espectro político dos deputados e senadores que elegeremos em 7 de outubro.
PROBABILIDADES
Em relação à semana passada, foram alteradas as probabilidades. Bolsonaro e Haddad têm, ambos, 80% de chances de formarem o segundo turno, enquanto Ciro tem 30% de chegar lá. Dentro dessa lógica, como Ciro e Haddad estão dentro do mesmo campo político, a probabilidade de o 1º turno ser entre Bolsonaro x Haddad está em 64% (era 54% semana passada). E a de Bolsonaro x Ciro está em 24% (de 40% semana passada).
Existe estatisticamente uma (baixa) probabilidade de a eleição ser liquidada ainda no 1º turno, caso haja uma massiva onda de voto útil nos próximos dias, como alguns analistas vêm sugerindo. Para tal, parte expressiva dos eleitores de João Amoedo, Henrique Meirelles, Álvaro Dias, Marina Silva e Geraldo Alckmin “descarregariam” seus votos em Bolsonaro ou Haddad, objetivando impedir a hipótese de um embate imprevisível no segundo round. Esta probabilidade é de 10%.
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