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A Retrospectiva do Ano Sugere Perspectiva Pior no Curto e Médio Prazo

Publicado 22.06.2015, 15:26

“Nunca antes neste país” se viu uma enxurrada de dados negativos quebrando recordes, ultrapassando governos recentes e como dizem alguns, se formos nesta toada daqui a pouco terá que ser mencionado que desde Prudente de Morais não se via.

Está claro que a atual política econômica não ressuscita a economia extremamente deteriorada que o primeiro mandato da Presidenta Dilma deixou para o segundo mandato, e ao mesmo tempo, o brutal ajuste fiscal e realinhamento dos preços administrados não encontra a economia em condições de responder aos anseios do governo, provocando uma expressiva retração que já coloca em absoluta duvida o alcance da meta de superávit fiscal, o que coloca o país em risco de perda do grau de investimento, mesmo que venha a revisar a meta para projeção inferior à comprometida.

Como havíamos antevisto, numa economia não responsiva aos anseios do governo, a tendência era enorme de que “o remédio se transformasse em veneno”, e é exatamente isto que estamos vivenciando nesta fase em que a percepção indica que tudo pode piorar, o que só leva a se intensificar a perda de confiança nos rumos da economia, e da recessão.

O empresariado observa e está mais propenso a desinvestir ao invés de investir, e então o emprego se retrai ofuscando a renda dos assalariados, seja pela perda efetiva do emprego, seja por perceber o risco de que isto ocorra, e a inflação continua se acentuando de forma pesada, e assim, o consumo naturalmente resulta menor, num ambiente que também já sinaliza a redução dos salários.

Tudo é marcantemente pior, e a economia que foi assumida pela nova equipe econômica deteriorada surpreendentemente piora.
A inflação ronda os 9% e poderá ir adiante, mas a percepção a partir da cesta básica e custos de manutenção básicos (energia, agua, gás, etc) é de que está muito acima dos índices oficiais, corroendo, inclusive, os programas sociais de transferência de renda do governo.

O Boletim FOCUS acentuou a projeção para o IPCA para o final do ano elevando a projeção para 8,97%, mas nos parece subestimada, pois tudo leva a crer que será muito acima, o que coloca uma inviabilidade fundamentada na pretensão do governo de ver a inflação convergir para 4,5% em 2016 ou até mesmo em 2017, pois precisaria de uma desinflação de 4,5% e o histórico do país deixa evidente a inviabilidade, mesmo que a retração da economia adicione uma parcela contributiva na contenção, a política monetária austera contra a inflação é forte geradora de inflação.

Mais uma vez acentua a regressão da atividade industrial projetando-a em -1,45% e mais uma elevação do juro SELIC em 0,50% passando-o a 14,25% aa., sendo evidente que com a intensidade atual da inflação precisará ir além deste juro, já o BC pratica mais do mesmo.

Mantém a projeção do dólar para o final do ano em R$ 3,20, que era a nossa projeção colocada em dezembro/2014, mas dada a piora acentuada da economia é bem possível que acabe por superar este preço.

O IPCA-15 subiu 0,99% em junho ante projeção de 0,85% do mercado, acumulando 8,80% nos últimos 12 meses. Os preços livres parecem insensíveis ao aperto monetário e à queda do consumo e subiram 0,86%.

O CAGED mostrou a perda de 116.000 empregos no mês passado ante projeção de 70.000 do mercado e há grandes corporações com números elevados de funcionários em férias para evitar o acumulo de estoques e que poderão se transformar em demissões. No acumulado no ano já acumula perda de 279.000 vagas.

O que se constata é o aumento da procura de emprego para aumentar a renda familiar num momento em que se intensificam as demissões.

O IBC-Br índice apurado pelo BC como prévia do PIB em abril registrou queda de 0,84% ante projeção de 0,40% e de janeiro a abril já acumula baixa de 2,23% sobre idêntico período de 2014.

Na quarta feira o que se espera é que no Relatório de Inflação do BC tudo isto seja visto com rigor e realismo, sem sofismar otimismo infundado, e consequentemente, como habitual, perspectivas de mais aperto. Mas o fato concreto é que a economia não aguenta mais, tornando imperativo que o governo corte efetivamente “na carne” eliminando seus exageros, a partir da redução drástica de ministérios. Persistir em mais do mesmo só agravará o quadro.

O BC divulgou hoje que a conta externa de transações correntes registrou déficit de US$ 3,36 Bi em maio, acumulando no ano US$ 35,8 Bi. Para o ano reduziu a projeção otimistamente de US$ 84,0 Bi para US$ 81,0 Bi, o que nos parece prematuro já que o cenário do país para os investidores externos deve piorar e se acentuar drasticamente a percepção de que o país possa vir a perder o grau de investimento.

Os IDP´s no mês de maio atingiram US$ 6,6 Bi frente a projeção de US$ 4,0 Bi e foram suficientes para cobrir o déficit de US$ 3,36 Bi. No ano até maior acumulam US$ 25,52 Bi evidenciando que mais uma vez o país não conseguirá financiar o déficit em transações correntes integralmente.

Este contexto todo deixa evidente o ambiente desfavorável do país para negócios.

Evidentemente se o quadro econômico continuar evidenciando agravamento da deterioração, o setor externo não ficará incólume das consequências, que inevitavelmente se refletirão na taxa cambial como fato natural.

E é preciso lembrar que o “remédio” para compra de credibilidade da moeda nacional, as operações com swaps cambiais já foi exercida a exaustão, o que diminui muito a capacidade da autoridade monetária conter uma acentuada pressão de alta.

O passo seguinte pode envolver a venda de moeda efetiva baixando as reservas cambiais, sem que efetivamente contenha a tendência de alta.

É preciso ficar atento, em especial, com os endividamentos em moeda estrangeira.

Enfim, o país é dependente de financiamento externo para o seu déficit em transações correntes e tem um cenário de acentuada piora em perspectiva o que pode invalidar os números com que o BC vem trabalhando para o cenário externo, ainda mais se houver o agravamento da precificação da eventual perda do grau de investimento ou, pior, a efetiva perda do mesmo.

O BC, pelo menos ao revisar suas projeções de receitas externas para maior e despesas para menor, parece não estar considerando com rigor os “eventuais tropeços” que o setor externo pode impor ao país.

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