A super quarta-feira que inclui duas decisões de juros de enorme relevância se une a dois lançamentos de ações de grande relevância internacional e que emitem sinais importantes sobre o contexto do próximo ano em ambos os casos.
A decisão do COPOM em cortar 50 bp, contratada a termo pelo BC desde a última reunião e ata deixa em aberto aos investidores os próximos movimentos e neste sentido, é onde as análises devem se concentrar: no comunicado e posteriormente, na ata.
A adoção da cautela como mote da autoridade monetária dá a possibilidade de se manter um cenário data-driven, ou seja, dependente totalmente do rumo dos indicadores de preços e atividade econômica e menos pela mera vontade da autoridade monetária e principalmente, dos investidores, ávidos pela continuidade do afrouxamento.
Não é somente a inflação cheia que preocuparia a autoridade monetária, ainda que os impactos do grupo alimentação devam mudar com a nova POF a partir de janeiro, mas a preocupação é por conta de um cenário inédito de juros, que pode demandar ajustes mais “finos” da política monetária em 2020.
Assim como os juros baixos serão uma nova realidade, também será a inflação baixa, portanto, mudam-se os parâmetros do que se considera aceitável em termos de proximidade ou não do centro da meta, principalmente com a sua queda de 4,25% para 4,00% em 2020, 3,75% em 2021 e 3,50% em 2022.
Neste contexto, a menor surpresa ocorrerá se o COPOM decidir pela pausa para observar os efeitos defasados das decisões de política monetária na economia real, em vista aos sinais emitidos pela atividade econômica nos últimos meses de melhora consistente, sem falsos positivos.
Nos EUA, o contexto demonstrou uma reversão de curto prazo, que facilita a vida do Federal Reserve.
Finalmente, afastam-se as perspectivas errôneas de que os EUA estejam à beira de uma recessão e com isso, o contexto de atividade econômica aquecida com inflação ancorada se renova, facilitando também ao Fed um período, provavelmente longo, de observação do cenário, com provável continuidade dos Repo.
Já os IPOs da XP e da Aramco emitem sinais importantes para o cenário do próximo ano.
Brasil e Arábia Saudita são os dois países emergentes no contra-ciclo global de crescimento e a demanda por dois setores sensíveis como o financeiro e petróleo renovam as perspectivas para os investimentos em ambos os países.
A Aramco (SE:2222) foi precificada em US$1,88 tri, acima dos US$ 1,7 tri inicialmente projetados, enquanto a XPi na Nasdaq, dizem as fontes estar na faixa de US$ 27 por ação, totalizando quase US$ 15 bi.
Esta pode ser a largada do retorno dos estrangeiros aos mercados emergentes.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva na sua maioria e os futuros NY abrem em baixa, na expectativa pelo Fed e guerra comercial.
Na Ásia, fechamento misto, também aguardando o Fed.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam no negativo em todos os vencimentos observados.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao minério de ferro.
O petróleo abre em queda, com estoques fortes nos EUA.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 0,13%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,1459 / 0,15 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / -0,045%
Dólar / Yen : ¥ 108,68 / 0,046%
Libra / Dólar : US$ 1,31 / 0,000%
Dólar Fut. (1 m) : 4146,95 / 0,17 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 4,39 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 4,62 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 23: 5,73 % aa (0,17%)
DI - Janeiro 25: 6,35 % aa (0,16%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,2750% / 110.672 pontos
Dow Jones: -0,0999% / 27.882 pontos
Nasdaq: -0,0655% / 8.616 pontos
Nikkei: -0,08% / 23.392 pontos
Hang Seng: 0,79% / 26.645 pontos
ASX 200: 0,68% / 6.753 pontos
ABERTURA
DAX: 0,132% / 13088,01 pontos
CAC 40: -0,177% / 5837,68 pontos
FTSE: -0,015% / 7212,69 pontos
Ibov. Fut.: -0,33% / 110705,00 pontos
S&P Fut.: -0,041% / 3134,60 pontos
Nasdaq Fut.: 0,003% / 8367,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,03% / 78,54 ptos
Petróleo WTI: -0,34% / $59,14
Petróleo Brent:-0,47% / $64,22
Ouro: 0,18% / $1.467,24
Minério de Ferro: -0,74% / $91,36
Soja: 0,20% / $15,25
Milho: -0,68% / $363,25
Café: 1,82% / $134,45
Açúcar: 0,37% / $13,50