Pomba em pele de Gavião.
Eis um breve resumo da ata da última reunião do COPOM, onde o comitê esmiuçou as declarações contidas no comunicado da decisão e reforça a premissa de “normalização parcial”, pois o ajuste “completo” levaria inflação “consideravelmente abaixo da meta”.
Assim, como citamos aqui em outras ocasiões, o COPOM deu um sinal hawkish, com impacto inflacionário de curto prazo, até para sustentar a valorização do Real frente ao dólar, mas não se compromete e endurecer a política de juros no montante que o mercado precifica em suas curvas.
Neste contexto, é possível observarmos mais uma elevação de juros no mesmo montante da atual contratada e encerrando o ciclo, ao menos neste ano, em 5%, obviamente na premissa de observação do cenário, como o próprio comitê diz constantemente.
As atenções se voltam hoje à inflação ao varejo nos EUA, em especial após a alta de 0,6% no mês de março, impulsionada em grande parte pelo cheque de US$ 1.400 do governo americano e pelo impulso dado pela reabertura econômica, consequência dos avanços vacinais.
Porém, mais interessante que o CPI deva ser o PPI, que mede a inflação ao produtor, ou seja, ao atacado nos EUA, pois o choque de oferta recente tem pesado bastante em diversos itens, em especial àqueles ligados à construção e reformas, fonte de constante reclamação dos americanos.
Sentimos aqui antecipadamente tais choques, pois foram combinados com a volatilidade cambial e nossa economia tradicionalmente fechada, fazendo com que as pressões no atacado ainda não deem sinal de arrefecimento.
O choque de oferta global se “auto-resolverá” caso seja resultado de formações de estoques, à espera do plano de Biden, como aparenta ser.
Aparenta, pois há choques ainda resultados de disrupções em cadeias de surprimentos, como exemplo mais recente, o problema dos dutos de combustíveis nos EUA e falta de alguns chips por fabricantes japoneses, pela falta de sillício e outros componentes.
Na agenda macroeconômica, destaque ao volume do setor de serviços no Brasil e CPI nos EUA, além da reação aos já divulgados PIB, produção industrial, construção e serviços britânicos, CPI na Alemanha e produção industrial na Zona do Euro.
Na agenda corporativa, Toyota (T:7203), SoftBank (T:9434), Allianz (DE:ALVG), NTT (T:9613), Deutsche Telekom (DE:DTEGn), Merck (NYSE:MRK) (SA:MRCK34), Bayer (DE:BAYGN), Shiseido (T:4911), Fujifilm (T:4901), NEC (T:6701), Suntory (T:2587), Commerzbank (DE:CBKG), Pirelli (MI:PIRC), Wendy’s (NASDAQ:WEN) e localmente Via Varejo (SA:VVAR3), Eneva (SA:ENEV3), EDP (SA:ENBR3), BRF (SA:BRFS3), Hapvida (SA:HAPV3), Natura (SA:NTCO3), Positivo (SA:POSI3), Locaweb (SA:LWSA3), Banrisul (SA:BRSR6), Eletrobras (SA:ELET3), Suzano (SA:SUZB3), JSL (SA:SIMH3), Equatorial (SA:EQTL3), MRV (SA:MRVE3) e SLC (SA:SLCE3).
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em baixa, cautelosos por balanços e inflação dos EUA em foco.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, com Taiwan em queda de mais de 4%; Nissan (T:7201) cai 10%.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceto ao minério de ferro e ao cobre.
O petróleo abre em alta em Londres e Nova York, com perspectiva sólida de maior demanda.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 1,51%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,2213 / -0,13 %
Euro / Dólar : US$ 1,21 / -0,132%
Dólar / Yen : ¥ 108,74 / 0,129%
Libra / Dólar : US$ 1,41 / -0,050%
Dólar Fut. (1 m) : 5240,11 / -0,20 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 5,73 % aa (-1,63%)
DI - Janeiro 23: 6,51 % aa (-2,11%)
DI - Janeiro 25: 8,04 % aa (-1,47%)
DI - Janeiro 27: 8,66 % aa (-0,57%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,8654% / 122.964 pontos
Dow Jones: -1,3633% / 34.269 pontos
Nasdaq: -0,0927% / 13.389 pontos
Nikkei: -1,61% / 28.148 pontos
Hang Seng: 0,78% / 28.231 pontos
ASX 200: -0,73% / 7.045 pontos
ABERTURA
DAX: 0,335% / 15170,44 pontos
CAC 40: 0,157% / 6277,21 pontos
FTSE: 0,712% / 6997,46 pontos
Ibov. Fut.: 0,79% / 123132,00 pontos
S&P Fut.: -0,889% / 4146,20 pontos
Nasdaq Fut.: -0,599% / 13289,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,35% / 94,20 ptos
Petróleo WTI: 0,70% / $65,82
Petróleo Brent: 0,35% / $69,07
Ouro: -0,20% / $1.835,20
Minério de Ferro: 1,96% / $215,29
Soja: 1,08% / $1.637,50
Milho: 0,99% / $767,00
Café: 0,20% / $147,90
Açúcar: 0,50% / $18,17