Este artigo foi escrito exclusivamente para o Investing.com
- Alumínio atinge máximas plurianuais
- Estoques caem, custos de produção sobem
- Vendas chinesas não conseguiram parar o rali
- Alcoa: fabricante mundial com resultados em tendência de alta
- Níveis a serem observados nas ações da AA
O cobre pode ser o metal comum de maior destaque na Bolsa de Metais de Londres (LME), mas o alumínio é o mais líquido de todos. Sem falar que o alumínio é o mais ativo da principal bolsa de metais do mundo, com o maior número de toneladas mudando de mãos todos os dias. O mercado de alumínio é extremamente líquido, já que o metal possui diversas aplicações industriais.
Um dos maiores custos da produção de alumínio é a energia. Além disso, a mineração, fundição, refino e processamento do metal gera uma pegada enorme de carbono. Em 2020, a China era a maior produtora mundial de alumínio:
Fonte::Bizvibe
Os EUA ocupam a nona posição, mas a Alcoa (NYSE:AA), empresa de Pittsburgh, Pensilvânia, é a sexta maior fabricante de alumínio do mercado:
Fonte: Bizvibe
O preço do alumínio explodiu até as máximas plurianuais, e as ações da Alcoa acompanharam o movimento de alta.
Alumínio atinge máximas plurianuais
No auge da liquidação de aversão ao risco desencadeada pela pandemia global, os preços de todos os ativos caíram, e os do alumínio não fugiram à regra. O alumínio é um metal não ferroso e um componente essencial para construção de infraestrutura. O metal comum também é usado no enfrentamento da mudança climática, já que também é um componente de diversas iniciativas de energia limpa. Ironicamente, a produção de alumínio requer um processo eletrolítico que usa muita energia.
O preço do metal disparou desde que tocou a mínima de US$1455 por tonelada no contrato de três meses da LME em abril de 2020.
Fonte: Barchart
O gráfico mostra que o alumínio atingiu, em seguida, seu preço mais alto desde julho de 2008 neste mês, quando alcançou a cotação de US$3.229 por tonelada, mais do que o dobro do preço registrado na mínima de abril de 2020.
O contrato futuro para três meses alcançou o pico de 18 de outubro e recuou até US$2868 por tonelada na sexta-feira, 22 de outubro.
Estoques caem, custos de produção sobem
Os estoques de alumínio nos armazéns da LME estão em tendência de baixa nos últimos meses.
Fonte: LME/Kitco
O gráfico mostra que o alumínio armazenado na LME em todo o mundo caiu de 1,95 milhão por tonelada para 1.086.625 toneladas em 22 de outubro, um declínio de 44,3%
O recuo nos níveis de estoque é um sinal de demanda mundial robusta pelo alumínio.
Ironicamente, o alumínio é um metal central para a transição para fontes de energia renovável. A produção do alumínio requer uso intensivo de eletricidade gerada por petróleo, gás natural e carvão. A alta dos preços de energia tradicional está gerando mais pressão de alta no preço desse metal comum.
Vendas chinesas não conseguiram parar o rali
Nos últimos meses, a China vendeu metais comuns e petróleo de suas reservas estratégias para conter a valorização dos preços. De julho a outubro de 2021, o governo chinês vendeu 570.000 toneladas métricas de cobre, alumínio e zinco. No início de outubro, a China realizou seu quarto leilão, que incluiu 70.000 toneladas de alumínio. As vendas sequer evitaram que o alumínio futuro atingisse uma nova máxima de US$3.229 por tonelada neste mês.
A China agora está vendendo carvão a preços reduzidos para as fabricantes de alumínio e outras commodities, fazendo sua cotação recuar a partir da máxima histórica.
Alcoa: fabricante mundial com resultados em tendência de alta
A ação dos preços das ações da Alcoa, bem como seus resultados, reflete a valorização do alumínio desde a mínima de 2020 até a máxima plurianual de 2021. Os produtores oferecem exposição alavancada à commodity que extraem da crosta terrestre e processam em matérias-primas industriais. As ações tendem a performar melhor em ralis da commodity subjacente e cair menos durante recuos. A produção de alumínio exige uso intensivo de capital. Mineração, fusão e refino envolvem custos elevados, mas a o resultado pode ser enorme.
Fonte: Barchart
O gráfico destaca a alta das ações da AA de US$5,16 no fim de março de 2020 até a máxima mais recente de US$57,57 em 18 de outubro. Enquanto o preço do alumínio na LME subiu 122%, as ações da AA subir 11 vezes. Ao nível de US$51,17 em 25 de outubro, a AA corrigiu em relação à máxima recente, mas permanecia cerca de 10 vezes acima da mínima de 2020.
Fonte: Yahoo Finance
O gráfico mostra a tendência altista dos resultados da AA. A empresa divulgou um forte balanço no terceiro trimestre em 14 de outubro, superando as expectativas. Ela também anunciou que estava iniciando um programa de recompra de ações e distribuição de dividendos para impulsionar os papéis.
A alta do alumínio até o nível mais alto desde 2008 é um sinal de que a empresa deve continuar em crescimento acelerado. Uma pesquisa com 11 analistas feita pelo Investing.com mostra que a AA tem preço-alvo de US$58,50, um potencial de alta de 14,32%.
Gráfico: Investing.com
A companhia paga aos acionistas um dividendo anual de US$0,40, o que representa um rendimento de 0,81% na cotação atual.
Níveis a serem observados nas ações da AA
A alta da inflação global, o aumento da demanda de alumínio e a tendência de preço dos metais comuns dão suporte às ações da AA.
Fonte: Barchart
Acima do pico recente de US$57,57, o alvo técnico para a ação é a máxima de abril de 2018 a US$62,35. O pico histórico ocorreu em julho de 2007 a US$109,22 por ação.
As ações da Alcoa têm espaço para continuar subindo, já que o caminho de menor resistência para a ação continua sendo para cima no fim de outubro de 2021.