Brasil sobe tom em resposta aos EUA e diz que soberania jamais entrará em negociação de tarifa
Os preços médios do açúcar cristal branco seguem firmes no mercado spot do estado de São Paulo. Pesquisadores do Cepea indicam que, apesar de a demanda ter mostrado sinais de enfraquecimento, o movimento de alta dos preços foi sustentado pela restrição de oferta neste final da entressafra 2023/24, em especial para os tipos de melhor qualidade, o Icumsa até 180.
ETANOL: PREÇOS VOLTAM A SUBIR NESTE FINAL DA SAFRA 2023/24
Neste período final de safra 2023/24 de cana-de-açúcar na região Centro-Sul, os preços dos etanóis hidratado e anidro voltaram a subir com certa força no estado de São Paulo. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso aos valores dos biocombustíveis veio sobretudo da demanda. Distribuidoras consultadas pelo Cepea estiveram mais ativas no spot paulista ao longo da semana passada, mas a oferta nas usinas não aumentou na mesma proporção. Do lado vendedor, boa parte seguiu firme nos valores pedidos em novas negociações. Entre 18 e 22 de março, o Indicador CEPEAE/SALQ do etanol hidratado fechou em R$ 2,1684/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), alta de 5,04% frente ao período anterior. No caso do etanol anidro, o Indicador CEPEA/ESALQ foi de R$ 2,4075/litro (líquido de PIS/Cofins), avanço de 1,86%.
TRIGO: MOINHOS BUSCAM TRIGO DE QUALIDADE, MAS OFERTA É BAIXA NO BRASIL
Muitos agentes de moinhos brasileiros consultados pelo Cepea estão em busca de trigo tipo 1, mas a oferta doméstica de cereal de maior qualidade está baixa. Um caminho é adquirir o trigo da Argentina, onde, além de a qualidade estar favorável, o preço do cereal está mais competitivo que o comercializado no spot brasileiro. Tomando-se como base números da Conab, de 11 a 15 de março, a paridade de importação do trigo com origem na Argentina foi de US$ 229,55/tonelada para o produto posto no Paraná. Considerando-se o dólar médio do período, de R$ 4,9814, o cereal importado foi negociado a R$ 1.143,46/t, ao passo que o trigo brasileiro, no Paraná, teve média maior, de R$ 1.240,38/t, de acordo com dados do Cepea. No Rio Grande do Sul, a paridade do produto argentino seria de US$ 214,47/t, o equivalente a R$ 1.068,34/t em moeda nacional, contra R$ 1.184,60/t na média do Cepea para o estado.
IPPA: PREÇOS AO PRODUTOR RECUAM PELO SEGUNDO MÊS SEGUIDO
O Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA/CEPEA) recuou 2,1% em fevereiro frente a janeiro, em termos nominais. O resultado se deve à queda observada para o IPPA-Grãos (-6,2%), uma vez que, para os demais grupos de alimentos, houve avanços nos preços nominais: IPPA-Pecuária (0,8%), IPPA-Hortifrutícolas (6,6%) e IPPA-Cana-Café (0,2%). Na mesma comparação, o IPA-OG-DI Produtos Industriais recuou 0,7%, logo, de janeiro para fevereiro, os preços agropecuários caíram frente aos industriais da economia brasileira. No cenário internacional, os preços dos alimentos, cujo índice é divulgado pela FAO, recuaram 0,8%; enquanto a taxa de câmbio oficial (US$/R$), divulgada pelo Bacen, apresentou alta de 1%. Entre fevereiro/23 e fevereiro/24, o IPPA/CEPEA registra forte queda de 15,9%, bem mais intensa que a observada para o IPA-OG-DI Preços Industriais, de 4,2%. Na comparação entre anos, ainda, os preços internacionais dos alimentos registraram queda de 10,4%, enquanto a taxa de câmbio nominal recuou 4,8%. Juntos, esses resultados indicam haver certa paridade entre os movimentos dos preços agropecuários domésticos e internacionais.