Yellen Akbar
Yellen faz mais preço do que bombas. Quisessem causar problemas de verdade, as organizações terroristas deveriam arregimentar membros do FOMC (o Copom americano), não espalhar panelas de pressão por aí. Hoje é dia de alívio.
Mercados em alta mundo afora, em parte por conta de commodities em alta (conflitos na Líbia restringem momentaneamente a oferta de petróleo), mas principalmente graças a ajustes nas apostas em torno da reunião do Fed, cuja decisão conheceremos na quarta-feira.
Setembro já era. O foco agora é a busca por sinais de que teremos juros em dezembro — como, aliás, apostamos por aqui desde o princípio.
Ele sabe o que eles fizeram no verão passado
Bolsa brasileira acompanha bom humor externo, e real se valoriza contra o dólar.
De fora do poder, Cunha atira na direção de Moreira Franco. Grandes chances de cair mais um ministro. Ao que tudo indica, será esta a tônica dos próximos meses: enquanto quem está dentro tenta colocar a casa em ordem, quem está de fora lembra que sabe o que eles fizeram no verão passado.
É o governo que tem pra hoje.
Olhemos para o lado bom: nos gabinetes brasilienses, foco é na aprovação, no Legislativo, das medidas de interesse fiscal. São ótimas, nesse sentido, as sinalizações de que o governo não cederá às chantagens dos governadores do Nordeste, que ameaçam declarar estado de calamidade por conta da situação orçamentária em meio à economia ruim.
As benfeitorias do presente coexistem com os esqueletos no armário. São os políticos que temos… mas cada passo responsável é mais um tijolinho na construção da escada por onde descerão nossos juros de longo prazo.
Com a ajuda dos melhores
Eu detesto Beatles mas, não fossem eles, jamais teríamos “With a Little Help From My Friends” na voz de Joe Cocker.
Todos nós, volta-e-meia, pisaremos na bola e cantaremos fora do tom. Nessas horas, ensina a canção, o jeito é seguir em frente contando com uma ajudinha dos amigos. Em investimentos, é a mesma coisa: em algum momento, todos erraremos a mão.
É por isso que, mesmo que encarregando-se pessoalmente da alocação de seus recursos, você deveria considerar confiar parte deles a fundos com gestores de primeira linha. É uma forma eficiente e barata de diversificar estratégias (não tenha a pretensão de ser bom em tudo sozinho) e visões: semana passada o Felipe ainda falava sobre o risco que corre quem só conversa consigo próprio.
A Luciana está empenhada em encontrar os melhores amigos com os quais você pode contar nesta indústria, e conta tudo lá no Melhores Fundos de Investimento.
PETR: "Nem li, mas já gostei"
O novo plano estratégico da Petrobras (SA:PETR4) deve sair hoje à noite ou amanhã, mas eu já adianto: todo mundo vai adorar e se rasgar em elogios. Por quê? Por conta de um tremendo medo de ficar de fora, caso o smart money compre a ideia de que já temos uma Nova Petro. Não é um caso diante do qual o sell side (bancos e corretoras) ficaria confortável caso, depois, alguém viesse de dedo na cara dizer “Puxa, mas era tão óbvio que ia subir! Como você não viu?” Além disso, os bancos certamente estão de olho nas comissões dos M&As decorrentes do plano.
As tônicas do plano são fáceis de prever: corte de investimentos, aceleração de desinvestimentos de “ativos non-core” (nome pomposo para “bobagens com as quais a empresa se meteu”) e metas realistas de produção. Se for isso, vai ser bom. Mas não esqueceremos que a divulgação do plano não era prioritária para a empresa — sairá com meses de atraso… — e que o próprio Parente já avisa que não ficará lá para arrumar a encrenca até o fim. Gostaríamos, francamente, de sinais mais consistentes de que é pra valer, e não para inglês (e gringo em geral) ver.
Nesse sentido, sinais muito mais claros vêm de outras estatais. Tanto Ferreira (ELET) quanto Caffarelli (BBAS) têm muito mais experiência em seus respectivos setores do que Parente (PETR).
Quer apostar em choque de gestão nas estatais? Nossa ordem de preferência é: 1. BBAS3 (SA:BBAS3), 2. ELET6 (SA:ELET6) e 3. PETR4.
ITUB: Foco nos melhores negócios
O Itaú (SA:ITUB4) anunciou que fechou acordo com a Prudential (LON:PRU) para vender suas operações de seguro de vida em grupo. Não foram divulgados detalhes sobre valor e estrutura da transação mas próprio banco comenta que o negócio não impactará resultados.
Ainda assim, achamos relevante do ponto de vista qualitativo: os seguros de vida em grupo do Itaú eram vendidos predominantemente através de corretores terceiros, o que se traduz em menores margens por conta das comissões. A alienação sugere que o banco pretende se focar nos segmentos nos quais tem boa capacidade de venda através de seus canais próprios — agências, principalmente —, o que acreditamos ser positivo para a rentabilidade do negócio.
Menos distrações liberam o management para focar no que realmente importa e seguir entregando bons retornos aos acionistas — meta que o Itaú tem atingido regiamente ao longo dos anos. ITUB4 é a estrela da Carteira Empiricus e a holding Itaúsa (ITSA4 (SA:ITSA4)), uma das Melhores Ações da Bolsa.