08 de outubro de 2012
Responsáveis europeus atuarão no sentido de impedir que a Espanha arraste a moeda única para uma nova ronda de convulsões esta semana, enquanto uma série de reuniões de alto nível procuram aliviar a crise da dívida europeia, que já leva três anos. Os ministros das finanças europeus encontram-se hoje no Luxemburgo para discutir o esforço de reforma em Espanha e uma maior cooperação bancária, enquanto a 10 de outubro o premiê espanhol Mariano Rajoy viaja para conversações com o presidente francês François Hollande em Paris. A chanceler alemã Angela Merkel faz amanhã sua primeira visita à Grécia desde que a crise começou em 2009.
Um responsável da UE disse aos jornalistas na sexta-feira que os bancos espanhóis não seriam capitalizados através do ESM este ano e que o momento exato desse procedimento ainda não era conhecido. Acrescentou que o grupo do Euro também não via necessidade de um resgate completo à Espanha, como os concedidos à Grécia, Irlanda ou Portugal. O mesmo responsável disse que os resultados dos mais recentes leilões de dívida espanhola tinham sido satisfatórios e que a situação nos mercados financeiros tinha melhorado consideravelmente ao longo dos últimos seis meses.
O Banco Mundial disse que os decisores políticos das economias emergentes da Ásia têm espaço para proporcionar maior estímulo fiscal enquanto o abrandamento da China arrasta o crescimento da região para o nível mais baixo em 11 anos durante 2012. O crescimento no Sudeste Asiático em desenvolvimento, que exclui o Japão e a Índia, descerá provavelmente para 7,2%, contra os 8,3% de 2011, dizia o relatório de hoje da instituição com sede em Washington.
O Fundo Monetário Internacional deverá reduzir a sua previsão global para este crescimento amanhã, numa reunião anual em Tóquio, onde os responsáveis debaterão o abrandamento desencadeado pela crise das dívidas soberanas da Europa. Os bancos centrais estão acelerando esforços para proteger a recuperação mundial, com os EUA expandindo o alívio monetário, o Banco do Japão aumentando suas compras de ativos e com previsão de que o Banco da Coreia reduza sua taxa de juro esta semana.
EUR/USD : O par EUR/USD fechou a 1,30751 (uma alta de mais de duas semanas) na sexta-feira, após dados melhores do que o esperado nos EUA terem melhorado os sentimentos quanto a ativos de maior risco, e declarações positivas do diretor do BCE, Draghi, e sua continuada promessa de que apoiaria a moeda. Contudo, o par estava negociando mais baixo a 1,29879 no momento em que escrevemos, antes dos dados alemães de hoje que poderão mostrar que a produção industrial e as exportações terão caído, dando mais provas de que a crise da dívida na Europa está prejudicando o crescimento. A produção industrial alemã terá provavelmente caído 0,6% de agosto para julho, segundo a estimativa média de economistas sondados pela Bloomberg News. Essa seria a maior queda desde abril. Outros dados de hoje poderão mostrar que as exportações alemãs caíram 0,6% em agosto, segundo estão prevendo os economistas. Os ministros das finanças europeus irão se reunir no Luxemburgo hoje, enquanto a chanceler alemã Angela Merkel visita amanhã a Grécia pela primeira vez desde que a crise começou. Os investidores deverão adotar uma posição de espera e uma estratégia que permita avaliar melhor a direção do EUR/USD.
Outros acontecimentos que provavelmente afetarão o par esta semana são: terça-feira, os ministros das finanças da zona Euro terão um dia de reuniões em Bruxelas; quarta-feira, a zona Euro, França e Itália publicarão dados oficiais sobre a produção industrial. Mais tarde nesse dia, a Reserva Federal dos EUA . publicará seu Beige Book. Quinta-feira, o BCE publicará seu boletim mensal, enquanto os EUA publicarão dados sobre a balança comercial, dados sobre o desemprego, preços das importações e estoques de petróleo. Além disso, os ministros da finanças e os diretores dos bancos centrais das nações industrializadas do grupo G7 manterão conversações em Tóquio. Sexta-feira, a zona Euro publicará dados sobre a produção industrial. Por outro lado, os EUA publicarão dados sobre a inflação dos preços na produção. Para além disso, a Universidade do Michigan publicará dados sobre os sentimentos dos consumidores.

AUD/USD : O par AUD/USD fechou a semana em baixa, a 1,0150 na sexta-feira, após uma inesperada descida da taxa de juro do Reserve Bank of Australia, juntamente com dados econômicos fracos. Para além disso, dados dos EUA aumentaram a procura do USD. O par estava negociando a 1,01529 no momento em que escrevemos, antes de um relatório desta semana que poderá mostrar que o desemprego aumentou na Austrália, o que suscitou especulações de que o RBA baixará sua taxa principal no próximo mês. A taxa de desemprego da Austrália terá provavelmente subido para 5,3% no mês passado, de 5,1% em agosto, de acordo com a estimativa média de economistas sondados pela Bloomberg News. O Banco Mundial disse hoje que as economias emergentes da Ásia têm folga para aliviar as políticas monetárias e fiscais enquanto o abrandamento da China arrasta o crescimento da região para o ponto mais baixo em 11 anos. A China é o maior parceiro comercial da Austrália. Além disso,os ministros das finanças europeus vão reunir-se no Luxemburgo hoje, enquanto a chanceler alemã Merkel visita amanhã a Grécia pela primeira vez desde que a crise começou. Estas notícias terão certamente algum impacto nos sentimentos.
Outros acontecimentos na Austrália que provavelmente terão impacto nos movimentos do par nesta semana são: um relatório sobre oferta de emprego; terça-feira, um relatório sobre confiança das empresas; quarta-feira, dados sobre os sentimentos dos consumidores; quinta-feira, dados sobre alterações no emprego e na taxa de desemprego, bem como um relatório sobre as expectativas de inflação.

Petróleo : O petróleo estava negociando em baixa a 88,820 no momento em que escrevemos, antes de uma reunião de responsáveis europeus, por entre especulações de que a crise da dívida da região e um abrandamento econômico da Ásia reduzirão a demanda de combustíveis. Os ministros das finanças se reúnem hoje no Luxemburgo para discutir o esforço de reforma da Espanha e maior cooperação bancária. Enquanto a chanceler alemã Angela Merkel fará amanhã sua primeira visita à Grécia desde que a crise da dívida começou em 2009, o premiê espanhol Mariano Rajoy viaja para conversações com o presidente francês Francois Hollande a 10 de outubro. Os líderes ainda têm de acordar em um plano para as condições de resgate e para uma supervisão centralizada dos bancos, um mês depois de o presidente do BCE, Mario Draghi, ter revelado uma proposta para a compra de títulos de dívida, para aliviar a crise. O crescimento econômico no Sudeste Asiático em desenvolvimento, incluindo a China, será o mais lento desde 2001, segundo o Banco Mundial. Os investidores devem ser muito prudentes e vigiar atentamente todos os dados econômicos dos EUA, da zona Euro e da China para obterem visibilidade sobre o movimento desta matéria-prima. Uma abordagem de esperar para ver poderá ser uma boa estratégia quanto a esta “commodity” ao longo da semana.

Boa sorte em suas negociações…