- Resultados do 2T2022 fiscal serão divulgados na terça-feira, 8 de fevereiro, após o fechamento do mercado;
- Expectativa de receita: US$1,14 bilhão
- Expectativa de lucro por ação: -$1.21
O balanço de hoje da fabricante de equipamentos de ginástica Peloton (NASDAQ:PTON) ganhou importância depois que saíram notícias, na sexta-feira, de que gigantes corporativas dos EUA, como Amazon (NASDAQ:AMZN) (SA:AMZO34), Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34) e Nike (NYSE:NKE) (SA:NIKE34), estariam estudando uma aquisição da plataforma interativa de exercícios físicos.
Na sexta-feira à noite, após o horário regular de pregão, a ação disparou mais de 30%. Mas o papel acabou devolvendo quase 21% dos ganhos durante a sessão de segunda-feira em Wall Street, fechando a US$29,75.
O interesse surgiu após as ações da empresa de Nova York – mais conhecida por suas bicicletas ergométricas e aulas remotas de spinning – sofrerem uma forte pressão de venda.
A reabertura da economia diminuiu o boom da ginástica em casa durante a pandemia, provocando uma extensa desvalorização das ações da Peloton que durou um ano. A liquidação mais ampla das ações de crescimento, os distúrbios nas cadeias de fornecimento e as preocupações com o encolhimento da sua receita e suas margens, com os clientes cortando ainda mais os gastos, pioraram de vez o cenário, fazendo sua capitalização de mercado recuar 81%.
Em seu último balanço, a Peloton disse que esperava apurar vendas de US$4,4 a 4,8 bilhões no ano fiscal de 2022, bem inferiores às vendas de US$5,4 bilhões previstas pela companhia apenas três meses antes.
As projeções são que a companhia aumente seu prejuízo para US$1,21 por ação no 2º tri fiscal de 2022.
Em carta aos acionistas, o CEO da empresa, John Foley, disse o seguinte:
“Já prevíamos que o ano fiscal de 2022 seria bastante desafiador para antecipar projeções, devido à incomum base de comparação, a incerteza com a demanda após a reabertura econômica, as restrições na cadeia de fornecimento e as pressões de custos das commodities”.
Sem soluções rápidas
Os desafios que a Peloton está enfrentando podem não se dissipar rapidamente, sobretudo porque os clientes estão voltando às academias tradicionais com a reabertura econômica. No entanto, a fraqueza das ações da PTON oferece um atraente ponto de entrada para potenciais investidores.
Uma pesquisa realizada pelo Investing.com com 30 analistas indica um preço-alvo médio para 12 meses de US$47,65 por ação, o que corresponde a uma alta de 60,18% em relação aos níveis atuais.
Fonte: Investing.com
Contudo, uma matéria do Wall Street Journal na sexta-feira, dizendo que a Amazon havia conversado com consultores sobre um possível acordo, gerou ventos a favor da ação da PTON. Além disso, há rumores entre analistas de que a Apple também possa ser uma possível compradora. De acordo com o Financial Times, a Nike é outra empresa que estaria considerando fazer uma oferta de compra separada pela Peloton.
Essas notícias ajudaram a ação a se recuperar da sua forte queda, mas alguns analistas não estão seguros de que um acordo seja iminente. A BMO Capital Markets escreveu em nota no domingo:
“É preciso questionar se a marca não é pequena demais para fazer alguma diferença para as maiores empresas do mundo”.
Os analistas indagavam se os 2,8 milhões de assinantes da Peloton já não seriam clientes da Nike, Amazon ou Apple. A BMO prossegue em sua nota:
“Se as maiores empresas do mundo não estavam interessadas na Peloton quando sua expectativa de crescimento era de 15 a 100 milhões de assinantes, por que estariam agora que a companhia sofre uma evidente queda em seus níveis de engajamento/demanda?”
Conclusão
O balanço da Peloton de hoje deve decepcionar novamente, já que a empresa de equipamentos de ginástica enfrenta dificuldades para manter seu crescimento após o impulso gerado pela pandemia.
Contudo, é possível que sejam fornecidas informações mais relevantes, caso a gerência confirme que está em busca de uma associação mais estratégica com um comprador mais significativo. Essa admissão poderia impulsionar ainda mais a ação da PTON.