O mercado reagiu muito bem ao anúncio da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, de que o economista Gustavo Guimarães, que foi secretário do ex-ministro Paulo Guedes no Ministério da Economia, será seu número 2 na pasta. Além disso, ela disse também que sua pasta barrará medidas do governo que violem a Lei de Responsabilidade Fiscal. Com isso, o dólar à vista ontem fechou o dia cotado a R$ 5,1813, aprofundando a queda dos dias anteriores.
Como estávamos falando nesta coluna, o mercado brasileiro de câmbio neste início de ano está reagindo muito à política, bem mais do que a questões internacionais.
Mas temos os vetores do exterior a considerar também. Hoje sairão dados de inflação nos EUA. A expectativa no mercado é de que os números mostrarão desaceleração no aumento dos preços, o que alimentaria apostas num abrandamento do ciclo de aperto monetário do Federal Reserve. Isso beneficiaria ainda mais o real. No entanto, se vier uma leitura acima do esperado, teria o efeito oposto e provavelmente impulsionaria a divisa dos Estados Unidos contra a maioria de seus pares, uma vez que custos de empréstimo mais altos por lá costumam atrair recursos para a maior economia do mundo.
De qualquer forma, o grande diferencial de juros entre Brasil e outras economias hoje torna o real atraente para estratégias de "carry trade", que consistem na tomada de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desses recursos em mercado mais rentável (aqui). A taxa Selic está atualmente em 13,75%, patamar elevado se comparado com países fortes do exterior.
No calendário de hoje, nos EUA teremos IPC de dezembro e pedidos iniciais por seguro-desemprego.
Bons negócios para todos!