Qual será a próxima ação a subir +30%? Esta ferramenta de IA pode dizer
Nos debates sobre inteligência artificial, tornou-se comum traçar paralelos com a bolha da internet do início dos anos 2000. O próprio Fórum Econômico Mundial alertou em outubro para uma possível “fadiga da IA”, sugerindo que a introdução constante de novas ferramentas de produtividade pode acabar consumindo mais tempo do que economizando — e tempo, afinal, é dinheiro.
Além disso, há sinais de sobrecarga operacional decorrente do uso dessas tecnologias, ao mesmo tempo em que a corrida para ser o primeiro em IA tem levado empresas a assumirem dívidas elevadas que podem se tornar problemáticas. Mesmo assim, a hipótese mais provável é que o atual ciclo de inovação em IA produza ganhos estruturais ainda maiores do que aqueles observados após a bolha pontocom. Nesse contexto, o equilíbrio entre expectativas de longo prazo e a possível formação de uma bolha de curto prazo se encaixa perfeitamente na estratégia de mercado da Apple.
Apple e a bolha da IA: a força da paciência
Até agora, as ferramentas generativas de IA têm se mostrado menos produtivas no ambiente corporativo. Um estudo do MIT Media Lab revelou que 95% das empresas que implementaram tais sistemas não obtiveram retorno, mesmo após investirem entre US$ 30 bilhões e US$ 40 bilhões. A principal limitação é que esses modelos não aprendem com o feedback, não se adaptam ao contexto e não evoluem com o tempo.
A Apple chegou à mesma conclusão em seu relatório “The Illusion of Thinking”, destacando que os modelos de IA apresentam inconsistências fundamentais na forma como aplicam estratégias de solução em diferentes escalas de problema. Em outras palavras, os modelos de linguagem de larga escala (LLMs) ainda precisam de uma revisão estrutural profunda, não apenas da ampliação do contexto de treinamento.
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Essa constatação levou a Apple a evitar investir somas bilionárias em tecnologias ainda imaturas, contornando o teto de desempenho das IAs atuais. Para efeito de comparação, no terceiro trimestre, a empresa destinou US$ 12,72 bilhões em investimentos de capital (capex), enquanto Amazon, Alphabet, Microsoft e Meta Platforms somaram US$ 112,5 bilhões no mesmo período.
A Microsoft foi a companhia que mais gastou, com US$ 34,9 bilhões, em contraste com os US$ 19,4 bilhões da Meta, o menor valor entre as gigantes. Mesmo com valor de mercado próximo de US$ 4 trilhões, a Apple continua sendo a mais cautelosa, atrás apenas da Nvidia, que recentemente atingiu US$ 5 trilhões em valor de mercado.
A decisão da Apple de não embarcar na euforia da IA parece ter sido a postura mais prudente, aguardando a maturação tecnológica antes de uma expansão agressiva. É importante lembrar que os cortes recentes de pessoal da Amazon estão mais relacionados aos altos compromissos de capex do que a um avanço repentino na automação.
Por outro lado, a preocupação com uma “bolha de IA” não se aplica da mesma forma a empresas como Palantir e Oracle, que utilizam a tecnologia de maneira focada em soluções de dados corporativos e infraestrutura de nuvem.
E se a bolha de IA realmente estourar?
Os alertas crescentes sobre uma possível bolha no setor pressionaram o Nasdaq 100, que caiu 2% na terça-feira, arrastando também o S&P 500, que recuou 1,17%. Em cinco dias, o Roundhill Magnificent Seven ETF (MAGS) acumula queda de 2,42%.
Num cenário de desvalorização severa das big techs, a Apple mantém foco em integração sustentável de IA, enquanto concorrentes travam uma corrida por GPUs e aumento de capex. Combinado ao programa recorde de recompra de ações, esse posicionamento tornaria o papel da Apple menos vulnerável em um eventual ajuste de mercado, embora a empresa ainda fosse impactada por uma correção geral.
A companhia encerrou o quarto trimestre com reservas de caixa de US$ 35,93 bilhões, alta de 20% em relação ao ano anterior, e reduziu seu passivo circulante em 6,1%, para US$ 165,63 bilhões — sinal de forte disciplina financeira e gestão de liquidez eficiente.
O impacto das tarifas comerciais
Durante a teleconferência de resultados do terceiro trimestre, em 31 de julho, o CEO Tim Cook informou que a empresa sofreu um impacto tarifário de US$ 800 milhões, seguido de mais US$ 1,1 bilhão no quarto trimestre. Para o encerramento do exercício fiscal em dezembro, o CFO Kevan Parekh projeta novo impacto de US$ 1,4 bilhão, totalizando aproximadamente US$ 3,3 bilhões até 2025, desde o início das tarifas impostas pelo governo Trump em abril.
Cook destacou que o custo tarifário não cresce proporcionalmente às vendas, o que significa que maiores volumes de iPhone não implicam tarifas equivalentes. Embora o peso das tarifas sobre o negócio seja considerável, permanece administrável, especialmente após a isenção concedida às importações da Apple quando o governo elevou as tarifas sobre produtos indianos de 25% para 50% em agosto.
Ainda assim, a empresa segue altamente dependente da manufatura na China e na Índia, o que reforça o discurso da Casa Branca em prol da reindustrialização doméstica. Nesse sentido, a Apple ampliou seu programa American Manufacturing Program (AMP), anunciado em fevereiro, de US$ 500 bilhões para US$ 600 bilhões, com execução prevista para os próximos quatro anos.
Mesmo sob esse cenário desafiador, a margem bruta da companhia no quarto trimestre aumentou 10,2% na comparação anual, refletindo resiliência operacional e eficiência de custos.
