Ao longo de agosto/22, as cotações do arroz em casca apresentaram movimento de queda no Rio Grande do Sul. No entanto, a alta observada na primeira dezena do mês garantiu aumento na média frente à de julho. A menor disponibilidade interna e a resistência vendedora contribuíram para a sustentação dos preços. A média mensal de agosto/22 do Indicador CEPEA/IRGA-RS, de R$ 76,47/saca de 50 kg, ficou 0,15% superior à de julho/22, sendo, também, a mais alta desde agosto de 2021, quando foi de R$ 77,18/sc. De um lado, vendedores seguiram retraídos, aguardando melhor definição do mercado e apostando em menores estoques de arroz ao longo dos próximos meses. De outro, as unidades de beneficiamento seguiram indicando dificuldades na comercialização e na manutenção dos preços do arroz beneficiado junto aos grandes centros consumidores. Ainda assim, o interesse comprador aumentou timidamente nas regiões que compõem o Indicador, inclusive para o arroz “livre” (armazenado nas propriedades dos produtores), visando recompor estoques.
Dentre as microrregiões que compõem o Indicador CEPEA/IRGA-RS, os valores médios na Zona Sul e Depressão Central apresentaram aumentos de 1% e 0,42% entre julho e agosto de 2022, respectivamente, a R$ 78,99/sc e R$ 73,92/sc. Na Fronteira Oeste, no entanto, houve queda de 0,43% no período, a R$ 75,87/sc. Nas Planícies Costeiras Externa e Interna e Campanha, os preços médios ficaram praticamente estáveis na mesma comparação, a R$ 78,35/sc, a R$ 77,67/sc e a R$ 73,69/sc, nesta ordem. Quanto aos demais rendimentos acompanhados pelo Cepea, a média de preços para o produto com 63 a 65% de grãos inteiros subiu 0,29% entre julho/22 e agosto/22, passando para R$ 77,57/sc. Para os grãos com 59 a 62% de inteiros, houve estabilidade (+0,03%), a R$ 77,06/sc em agosto. Já para o produto com 50 a 57% de inteiros, houve queda de 0,23%, a R$ 74,24/sc em agosto/22.
SAFRA BRASILEIRA 2022/23 – Em relatório divulgado em agosto, a Conab apontou produção nacional de arroz em casca na safra 2022/23 de 11,24 milhões de toneladas, podendo ficar 4,25% superior à de 2021/22. Com importações previstas em um milhão de toneladas, a disponibilidade interna na atual temporada (estoque inicial + produção + importação) pode totalizar 14,44 milhões de tonelada, ligeiro 0,3% maior do que a anterior. Deste total, estimam-se que 10,8 milhões de toneladas sejam direcionadas ao consumo interno, volume estável frente ao de 2022. Com pouca alteração na disponibilidade total nacional e nas exportações, que devem somar 1,4 milhão de toneladas, os estoques de passagem no final de 2023 podem ser de aproximadamente 2,24 milhões de toneladas, alta de 1,9% em relação à temporada anterior. Vale ressaltar que a Conab considera o ano-safra de arroz de janeiro a dezembro do mesmo ano (ano civil). Especificamente para o Rio Grande do Sul, dados reportados pelo Instituto Rio Grande do Arroz (Irga) e pela Emater/RS apontam que a área total a ser semeada com arroz no Rio Grande do Sul deve ficar em 862,5 mil hectares na safra 2022/23, sendo 9,9% inferior à de 2021/22. Contudo, as estimativas iniciais para produção e produtividade no respectivo estado devem ser pressionadas, respectivamente, em 8% e 1,1% no mesmo período comparativo, a 7,1 milhões de toneladas e 8,22 toneladas/hectare.
SECEX – Dados da Secex apontam que, em agosto/22, as exportações foram de 267,9 mil toneladas, volume 29,4% acima do registrado em julho/22 e mais que o dobro do observado em agosto/21. Já as importações alcançaram 100,65 mil toneladas, 15,2% inferior à do mês anterior e 27,7% acima do mesmo período de 2021.