A presença mais ativa de compradores e uma certa resistência vendedora mantiveram os preços do arroz firmes e praticamente estáveis no Rio Grande do Sul ao longo de maio. O Indicador CEPEA/IRGA-RS (58% de grãos inteiros e pagamento à vista) registrou a mínima de R$ 69,97/sc de 50 kg no dia 5 e a máxima de R$ 71,81/sc no dia 30, uma diferença de apenas 1,84 Real/sc. Apesar disso, a média de maio/22 do Indicador CEPEA/IRGARS, de R$ 70,86/sc, ficou 3,61% menor que a de abril/22 e fortes 14,88% abaixo do observado no mesmo mês do ano passado, em termos nominais. Em termos reais (IGP-DI de abril/22), a queda entre maio de 2021 e maio deste ano é de expressivos 21,9%. Dentre as microrregiões que compõem o Indicador CEPEA/IRGA-RS, o cenário também é de queda na média entre abril e maio deste ano. Na Fronteira Oeste, os valores recuaram 5,16%, seguidos pela Depressão Central (-3,91%), Campanha (-3,41%), Zona Sul (-2,84%), Planície Costeira Interna (-2,81%) e Planície Costeira Externa (-0,25%), com fechamentos de R$ 70,43/sc, R$ 67,80/sc, R$ 69,20/sc, R$ 72,74/sc, R$ 72,23/sc e R$ 73,03/sc, respectivamente, em maio.
Nos primeiros 15 dias de maio, agentes consultados pelo Cepea reportaram que houve melhora nas vendas do arroz beneficiado aos atacadistas/varejistas dos grandes centros consumidores. Isso levou as unidades de beneficiamento a demandarem mais arroz em casca. Como resultado, os valores registraram recuperação parcial. Já na segunda quinzena, a demanda interna se arrefeceu. Em um ambiente em que o dólar estava praticamente na casa dos R$ 5,00, a maior presença de compradores na região da Zona Sul, onde está localizado o porto de Rio Grande (RS), foi destaque em boa parte do mês. Tradings estiveram interessadas em adquirir o arroz brasileiro para exportação e optaram pelo cereal com rendimento médio entre 50 e 57% de grãos inteiros e, em alguns casos, pelo produto com 58% de inteiros. Na última semana de maio, especificamente, agentes do setor não entenderam a decisão do governo federal em reduzir a tarifa de importação do arroz de países de fora do Mercosul até o final de 2023. As atuais quedas de preços já indicam excedente de arroz no mercado interno, o que tende a exigir exportações mais ativas para escoar os volumes disponíveis. Além disso, as importações nos últimos 12 meses terminados em abr/22 estiveram 25% inferiores às registradas nos 12 meses terminados em abr/21, que ocorrem especialmente de países do Mercosul, já sem a tarifa de importação. Uma ação como esta só traz mais desafios para um setor que não tem tido impactos expressivos sobre a inflação do País; e, pelo contrário, precisa de ajuda para manter sua contribuição à sociedade.
CAMPO – Segundo dados da Emater (RS) e do Epagri/Cepa (SC), a safra de arroz foi praticamente encerrada nos dois maiores estados produtores do cereal. Nos demais estados, a Conab indicou que a colheita estava em 96% no Tocantins e em 90% no Maranhão – os dados se referem até 28 de maio.