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As bolsas mundiais reagem aos sinais do Fed. Temor bancário retorna ao radar

Publicado 04.05.2023, 08:06
Atualizado 11.10.2023, 23:02
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Bem-vindo à sua leitura matinal de cinco minutos de como os mercados estão reagindo ao redor do mundo nesta manhã.

ÁSIA: As bolsas asiáticas fecharam de forma mista nesta quinta-feira, depois que o Federal Reserve dos EUA elevou as taxas de juros em 25 pontos-base, conforme amplamente esperado, enquanto a China divulgou dados da atividade fabril de abri.

A atividade de manufatura da China entrou em território de contração pela primeira vez em três meses, com o PMI da Caixin chegando a 49,5 em abril, abaixo das estimativas. A leitura também marca uma queda em relação ao nível de 50,0 de março e reflete a redução de novos pedidos. O economista sênior do Caixin Insight Group disse que o dado “sugere que a recuperação econômica da China desacelerou significativamente depois que as infecções por Covid-19 atingiram o pico no início deste ano, dado que o índice ficou em 51,6 e 50 em fevereiro e março, respectivamente”. Ainda assim, as empresas estavam confiantes de que a demanda aumentará no final do ano.

As ações na China continental fecharam sem direção no retorno do feriado do Dia do Trabalho. O Shenzhen Component caiu 0,57%, encerrando a sessão em 11.273,86 pontos e o Composto de Xangai subiu 0,82% para fechar em 3.350,45 pontos.

O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 1,39%, em 19.972,50 pontos e o índice Hang Seng Tech subiu 0,54%. A autoridade monetária de Hong Kong elevou sua taxa básica de juros para 5,5%, seguindo os movimentos do Federal Reserve dos EUA para aumentar a taxa dos Fundos Federais para 5 a 5,25% na quinta-feira. A taxa básica da cidade segue uma fórmula predefinida, 50 pontos-base acima da extremidade inferior da taxa de fundos federais dos EUA ou a média das médias móveis de cinco dias das taxas de oferta interbancária de Hong Kong de um dia, o que for maior.

Na Austrália, o S&P/ASX 200 caiu 0,06%, para terminar em 7.193,10 pontos, pressionado por empresas financeiras e de bens de consumo. O superávit comercial do país aumentou para AU$ 15,27 bilhões em março. Mineradoras de ouro como Evolution Mining e Northern Star subiram 7,2% e 2,5%, respectivamente, continuando a tendência de alta à medida que os investidores permaneciam incertos sobre quando a batalha de aumento de juros contra a inflação chegaria ao fim. O setor de materiais de forma mais ampla também avançou. Os pesos pesados BHP, Fortescue e Rio Tinto (LON:RIO) subiram 1,6%, 1,5% e 1,3%, respectivamente. As petrolíferas Santos e Woodside Energy subiram 2% e 1,4%, respectivamente. O setor bancário, altamente ponderado, pesaram sobre o índice, já que a NAB perdeu 6,4%, apesar de registrar um aumento de 17% nos lucros em seu primeiro semestre. Westpac caiu 4,1%, ANZ caiu 2,4% e o maior banco do país CBA registrou queda de 2,6%.

O Kospi da Coreia do Sul fechou em baixa marginal a 2.500,94, enquanto o Kosdaq subiu 0,22%, para 845,06. Os mercados japoneses estão fechados para um feriado quinta-feira.

EUROPA: A maioria dos mercados europeus caem na quinta-feira, com os investidores digerindo o último aumento de taxa do Federal Reserve dos EUA e aguardando a decisão de política monetária do Banco Central Europeu.

Espera-se que o BCE aumente as taxas de juros mais uma vez, enquanto o banco central tenta domar a inflação na zona do euro. A maioria dos observadores do mercado espera um aumento de 25 pontos-base, embora um aumento maior não tenha sido descartado após o relatório de inflação da zona do euro de abril divulgado nesta semana, subir e ficar em 7%, enquanto o núcleo caiu 0,1%, para 5,6%. A decisão sobre a taxa do BCE será publicada às 9h15, horário de Brasília e a presidente do BCE, Christine Lagarde, fará uma coletiva logo depois.

O Stoxx 600 recua 0,7%, com ações de mídia e automóveis caindo, enquanto petróleo e gás figura como o único setor no verde, com um aumento nos preços do petróleo após recentes quedas. O setor bancário opera estável.

O alemão DAX 30 cai 0,6%, o francês CAC 40 perde 0,7% o o FTSE MIB da Itália perde 1%.

Na Península Ibérica, o IBEX 35 da Espanha cai 0,9% e o português PSI 20 cai 0,2%.

Em Londres, o FTSE 100 cai 0,8%. Entre as mineradoras listadas na LSE, Anglo American (LON:AAL) sobe 0,4%, mas Antofagasta (LON:ANTO) cai 0,7%. Entre as gigantes da mineração, BHP sobe 0,1% e Rio Tinto cai 0,2%. A petrolífera BP cai 1%.

As exportações alemãs caíram mais que o esperado em março. A Alemanha exportou 129,7 bilhões de euros (US$ 143,4 bilhões) em mercadorias em março, uma queda de 5,2% em relação ao mês anterior. Economistas previam queda de 2,4%. As exportações caíram 10,9% para os EUA e 9,3% para a China, embora tenham subido 1,5% para o Reino Unido. As exportações totais aumentaram 5% na base anual, disse a agência de estatísticas alemã. As importações totalizaram 113,0 mil milhões de euros, um aumento de 6,4% em termos mensais, elevando a balança comercial do país para +16,7 mil milhões de euros. A Alemanha exportou 69,3 bilhões de euros em mercadorias para membros da UE e importou 60 bilhões de euros. Na semana passada, o país registrou crescimento estável do PIB no quarto trimestre, evitando por pouco uma recessão técnica.

A temporada de resultados continua com força total. Os resultados do primeiro trimestre na manhã de quinta-feira mostraram lucros em alta na gigante petrolífera Shell (NYSE:SHEL) que reportou ganhos ajustados de US$ 9,6 bilhões, acima da estimativa de US$ 8,6 bilhões. A Anheuser-Busch InBev, proprietária da Budweiser, reportou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBIDTA) de US$ 4,76 bilhões, um aumento de 13,6% em relação ao primeiro trimestre de 2022. Airbus (EPA:AIR), Volkswagen (ETR:VOWG) e Maersk também relataram.

EUA: Os futuros dos índices de ações dos EUA tentam buscar recuperação na quinta-feira, depois que o Federal Reserve aumentou as taxas em mais 25 pontos-base, mesmo com o retorno dos temores de contágio no espaço bancário regional.

O fato é que enquanto o Fed avançava em seu 10º aumento de juros neste ciclo e o banco central parecia suavizar sua linguagem sobre aumentos futuros, o presidente Jerome Powell disse em seguida que pode ser muito cedo para cortar. Em entrevista coletiva, o presidente do Fed observou que as decisões políticas continuariam a depender dos dados e que há “um longo caminho a percorrer” antes que a inflação volte à meta de 2% e que pode ser muito cedo para cortes de juros.

Isso alimentou preocupações sobre o impacto que taxas elevadas podem ter na economia e se uma recessão está por vir. “Nós do comitê temos a visão de que a inflação não cairá tão rapidamente”, disse ele em sua entrevista coletiva após a reunião. “Levará algum tempo e se essa previsão estiver correta, não seria apropriado cortar as taxas e não cortaremos as taxas”.

Ações da PacWest despencou mais de 50% no "after-market" após a notícia de que o banco da Califórnia está avaliando opções estratégicas, incluindo uma possível venda. As ações de outros bancos regionais caíram fortemente. Western Alliance caiu 23% e Zions Bancorporation (NASDAQ:ZION) caiu cerca de 10%. Segundo um analista, é provavelmente que não haja trégua para o setor bancário regional em apuros até que o Fed comece a cortar as taxas de juros. Desde o fechamento do Silicon Valley Bank em março, o First Republic juntou-se às instituições problemáticas e foi recentemente adquirido pelo JPMorgan (NYSE:JPM) Chase e é provável que haja mais falências de bancos regionais.

As bolsas fecharam em baixa na sessão regular de quarta-feira. O Dow caiu 0,80%, em 33.414,24 pontos, o S&P 500 caiu 0,70%, em 4.090,75 pontos. O Nasdaq Composite perdeu 0,46%, em 12.025,33 pontos.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro caem na quinta-feira. Por volta das 5h00, o rendimento do Tesouro a 10 anos caia mais de três pontos-base, em 3,3674%. O rendimento do título do Tesouro de 2 anos caia mais de sete pontos-base para 3,8644%, após recuar até 11 pontos-base na quarta-feira, logo após o anúncio do Fed. Os rendimentos e os preços movem-se em direções opostas e um ponto base é igual a 0,01%.

Com o impacto dos aumentos de juros do Fed, as expectativas concentram-se em torno da ideia de que pode ser necessária uma leitura de inflação "chocante" para o Fed executar outro aumento de juros, colocando a leitura do CPI ou índice de preços ao consumidor que será divulgado na próxima quarta-feira e o PPI, ou índice de preço ao produtor, estarão no centro das atenções. O relatório de empregos de abril, previsto para sexta-feira, provavelmente será outro catalisador de curto prazo, dado que o número de "Payrolls" não agrícolas observado de perto, à medida que os "traders" analisam os dados do mercado de trabalho e inflação prenunciarão o próximo movimento de política do Fed. Economistas esperam uma leitura de 180.000.

Na agenda de hoje, o pedidos iniciais de auxílio-desemprego será divulgado às 9h30. No mesmo horário, será divulgado a produtividade não-agrícola, custos preliminares de mão de obra unitária e a balança comercial dos EUA.

A temporada de resultados continua, com os investidores de olho na Moderna (NASDAQ:MRNA), que divulga resultados antes do sino de abertura quinta-feira. A Apple (NASDAQ:AAPL) está programada para divulgar seus números após o fechamento do mercado, juntamente com Lyft (NASDAQ:LYFT), DraftKings e Coinbase (NASDAQ:COIN).

CRIPTOMOEDAS: As criptomoedas sobem na quinta-feira após a última decisão de política monetária do Federal Reserve. Agora os "traders" de criptomoedas estão com olhos voltados para os dados de inflação que devem ser divulgados na próxima semana.

Embora os fatores macroeconômicos permaneçam influentes para os movimentos nas criptos, os observadores do mercado continuam concentrados no cenário regulatório para ativos digitais nos EUA. Os legisladores e reguladores adotaram uma postura cada vez mais dura em relação às criptomoedas, visando plataformas de negociação influentes como Binance e Coinbase Globaln este ano e abalando a confiança no futuro dos ativos digitais em um mercado crítico.

O Bitcoin sobe quase 1,5% nas últimas 24 horas, tentando superar os US $ 29.100, acima dos US $ 28.000 antes do Fed anunciar o 10º aumento consecutivo da taxa de juros.

O Ethereum, o segundo maior ativo digital, ganha acima de 1,5%, acima de US$ 1.900. Criptos menores ou altcoins seguem em alta, com Cardano subindo 1,7%, embora Polygon avançando 1,4%. As memecoins seguem em alta, com Dogecoin e Shiba Inu subindo menos de 1%.

Bitcoin: +1,40% em US $ 29.090,10
Ethereum: +1,80% em US $ 1.902,60

ÍNDICES FUTUROS - 7h40:
Dow: -0,08%
S&P 500: -0,07%
NASDAQ: +0,24%

COMMODITIES:
MinFe Dailan: -2,31%
Brent: +0,84%
WTI: +0,55%
Soja: -0,28%
Ouro: +0,56%

OBSERVAÇÃO: Este material é um trabalho voluntário, independente, resultado da compilação de dados divulgados em diversos sites da internet que são aqui resumidos de maneira didática para facilitar e agilizar a compreensão do leitor. O texto da sessão asiática está no tempo passado, enquanto a europeia e a americana estão no presente devido ao horário em que este relatório é redigido. Atentem-se para o horário de disponibilização dos dados. O texto não é indicação de compra, manutenção ou venda de ativos.

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