BALANÇO SEMANAL — 26 a 30/01/2015
MERCADO — As cotações futuras do café voltaram a ser pressionadas nesta semana pela ocorrência de chuvas, embora não generalizadas, sobre as regiões produtoras e por movimentos de realização de lucros. Essa tendência denota que o mercado continua ignorando o real cenário produtivo brasileiro, já que as recentes chuvas, embora tragam alívio às lavouras castigadas pelo veranico, não revertem o quadro de déficit de precipitações nas principais origens nacionais.
Segundo a Somar Meteorologia, até hoje estavam previstos acumulados entre 30 mm e 60 mm sobre áreas produtoras de café do Paraná, São Paulo, Sul de Minas e Cerrado Mineiro. Por outro lado, a empresa previa uma semana de calor e poucas precipitações na Bahia, Zona da Mata Mineira e no Espírito Santo. Já a Climatempo informou que, dentro da região Sudeste, o Espírito Santo é o Estado em situação mais crítica de falta de chuvas.
Dados do Sistema de Monitoramento Agrometeorológico (Agritempo) mostram que o segundo maior produtor de café do Brasil está há 30 dias praticamente sem nenhuma gota de chuva, e prestes a registrar o mês de janeiro mais quente e seco desde 1961.
Mesmo diante dessa preocupante situação, o vencimento março do Contrato C, negociado na bolsa de Nova York, foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,6 por libra-peso, acumulando queda de 245 pontos em relação ao final da semana passada. Já na ICE Futures Europe, o vencimento março/2015 acumulou ganhos de US$ 13, encerrando a sessão de ontem a US$ 1.944 por tonelada.
No mercado físico brasileiro, os negócios seguiram fracos devido aos preços situarem-se aquém das expectativas dos vendedores, que aguardam novas valorizações.
Na quinta-feira, os indicadores calculados pelo Cepea para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 445,68/saca e a R$ 284,24/saca, respectivamente, com variação de 0,7% e 0,6% no acumulado da semana. Ontem o dólar comercial encerrou a sessão em alta, a R$ 2,6121, com ganhos de 0,9% desde a última sexta-feira.
Dados que sinalizam o fortalecimento da economia norte-americana motivaram essa tendência.
Atenciosamente,
Silas Brasileiro
Presidente Executivo do CNC