Na semana passada, neste mesmo espaço, falei sobre a força do agro e a sua participação nos resultados da economia brasileira. Também comentei sobre a minha presença na Agrishow 2024, realizada no interior de São Paulo.
Durante os dias em que estive presente em Ribeirão Preto, reuni alguns insights do que vi por lá e gostaria de compartilhar com você, meus leitores.
Uma das novidades mais importantes foi o lançamento do novo ativo de renda fixa, as Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCDs). O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, anunciou a criação das LCDs em seu discurso na Agrishow.
Segundo ele, o título terá Imposto de Renda reduzido para pessoa jurídica e juros 1,5% mais baixos. Alckmin enfatizou a importância do novo título como parte da estratégia do governo de incentivar o desenvolvimento industrial e promover o crescimento econômico.
Além disso, ressaltou a importância da responsabilidade fiscal, destacando que o governo do presidente Lula busca diálogo entre os poderes.
Outro aspecto que chamou bastante a atenção foi a questão financeira. Eu vi diversos produtores e empresários do agro em busca de conhecimento e fontes de financiamento alternativas para além dos bancos e das cooperativas de crédito.
O próprio Marcos Bologna, sócio da Galapagos, comentou o tema em entrevista. De acordo com ele, ainda há muito espaço a ser explorado na gestão de propriedades rurais destinadas à produção.
Em outras palavras, os juros altos e prazos de financiamento apertados têm feito com que os players do setor busquem alternativas. Isto é ruim por um lado, mas positivo por outro, uma vez que o mercado financeiro ainda pode contribuir muito para o crescimento do agro.
Além da questão financeira, a presença maciça de tecnologia na feira também chamou a atenção.
Com o crescimento da inteligência artificial e da robótica, os produtores que sofrem com questões climáticas e falta de chuvas encontram nessas inovações a possibilidade de otimizar suas áreas de plantio, garantindo maior produtividade e eficiência.
Vários avanços, como drones para monitoramento de plantio e pulverização, agricultura de precisão e fontes alternativas de energia, estiveram presentes durante o evento.
A adesão ao uso de drones para diferentes aplicações, desde verificação de plantio até monitoramento do solo e da chuva, está crescendo rapidamente e será fundamental para o desenvolvimento do setor nas próximas décadas.
As montadoras de equipamentos agrícolas também marcaram forte presença, com expectativas otimistas de negócios futuros. A feira movimentou bilhões de reais em negócios como nos outros anos.
As máquinas, aliadas ao uso da IA, serão peça chave para o aumento da produtividade e das exportações de insumos agrícolas para fora do país, contribuindo para a nossa balança comercial.
Outra novidade que surpreendeu os presentes foi a exibição do carro voador da EHang, que pode ser adquirido por cerca de 500 mil dólares.
O veículo é direcionado a proprietários de fazendas e empresários do setor e aguarda aprovação da ANAC para voar no Brasil. Com capacidade para duas pessoas e 220 kg de carga, o carro voador pode ser controlado remotamente por uma central e voar em qualquer lugar do mundo graças ao seu sistema de satélite próprio.
Em resumo, a Agrishow 2024 reforçou a importância do agro para a economia brasileira, evidenciando o crescimento da inovação e a integração de novas tecnologias ao sistema produtivo.
As LCDs e o mercado de capitais surgem como mais ferramentas de financiamento e alternativa para os investidores, enquanto a presença da tecnologia e das novas tendências mostram que o setor está se adaptando rapidamente às mudanças do mundo moderno.
No último artigo, falei um pouco sobre as classes disponíveis para quem quer investir no agro, que, de fato, é e continua sendo o mais promissor da economia brasileira.
Contudo, como eu sempre digo, é preciso cuidado e diversificar bem a carteira de ativos, minimizando a correlação entre eles, e, claro, diminuindo os riscos.
Até a próxima!
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