A Azul (BVMF:AZUL4) é uma das principais companhias aéreas do Brasil. Mas quem olha para o preço da ação AZUL4 hoje pode se assustar: ela caiu muito nos últimos anos e está valendo pouco mais de R$ 1,40. O que está acontecendo? Ainda vale a pena investir nela? Neste artigo, vamos explicar de forma simples o que está por trás dessa queda, o que esperar do futuro da Azul, e se ainda é uma boa oportunidade para quem quer investir.
A situação atual da Azul
Nos últimos anos, a Azul enfrentou muitas dificuldades. A pandemia reduziu drasticamente o número de passageiros. E depois, outros problemas surgiram: o dólar subiu, o combustível ficou mais caro e os juros também aumentaram. Tudo isso fez a empresa acumular uma dívida muito alta.
Hoje, a Azul deve cerca de R$ 29,6 bilhões, e grande parte disso é em dólar. Com o real fraco, pagar essa dívida ficou ainda mais difícil. Mesmo com algum dinheiro em caixa, a empresa não tem o suficiente para pagar todas as contas que vencem em 2025. Para tentar resolver isso, a Azul está fazendo acordos com quem alugou os aviões para ela, e também está trocando parte da dívida por ações (o que pode diminuir o valor das ações para os investidores atuais).
Como está a empresa na erática?
Apesar da dívida, a Azul está conseguindo operar melhor. Em 2024, ela teve uma receita recorde de R$ 19,5 bilhões, ou seja, vendeu bastante. O número de passageiros aumentou, os voos ficaram mais cheios e a empresa teve lucro operacional. Mas como a dívida ainda é enorme, no fim das contas, o prejuízo final ainda foi alto: R$ 8,2 bilhões no ano.
A boa notícia é que a Azul está renovando sua frota, usando aviões mais modernos e econômicos. Além disso, está crescendo em cidades menores onde outras empresas não voam, e melhorando o programa de pontos TudoAzul. Tudo isso ajuda a empresa a aumentar suas receitas.
Azul e Gol: vai ter fusão?
A Azul e a Gol (BVMF:GOLL4) são as duas maiores companhias aéreas brasileiras depois da LATAM. As duas passam por dificuldades parecidas: têm muita dívida, estão com as ações em queda e estão tentando se reestruturar. Em janeiro de 2025, anunciaram um plano para se unirem, criando um grupo mais forte, mas ainda mantendo as marcas separadas.
Essa fusão pode ser positiva: juntas, elas teriam mais voos, mais destinos e poderiam economizar em algumas partes da operação. Mas também há desafios: o governo pode barrar a fusão se achar que ela vai reduzir a concorrência e aumentar o preço das passagens. Além disso, juntar empresas com frotas diferentes (Azul usa Embraer (BVMF:EMBR3) e Airbus (EPA:AIR), Gol usa Boeing (NYSE:BA)) pode ser caro e demorado.
E o preço das ações?
O gráfico da AZUL4 mostra que o preço caiu muito desde 2021. A ação já chegou a valer mais de R$ 50, e agora está perto de R$ 1,40. Tecnicamente, isso mostra uma tendência de baixa, e não há sinais claros de que a ação vai subir logo.
Se houver uma recuperação nos resultados ou a fusão com a Gol se concretizar com sucesso, o preço pode subir. Mas até lá, há muito risco. Investir agora é como apostar que a empresa vai conseguir se recuperar.
No curto prazo, o gráfico mostra que pode haver uma oportunidade de compra, com objetivo de valorização até a resistência em torno de R$ 2,90.
A Azul é uma empresa que está melhorando suas operações, mas ainda sofre com uma dívida muito alta. Se conseguir seguir com o plano de fusão com a Gol e melhorar seus resultados financeiros, pode se tornar uma empresa mais forte no futuro. Mas isso pode demorar e envolve riscos.
Para quem está começando a investir e busca mais segurança, talvez seja melhor esperar por sinais mais claros de recuperação. Já para quem aceita correr mais risco em troca de uma possível valorização grande no futuro, pode valer a pena acompanhar de perto e investir uma pequena parte da carteira.