Foi uma semana em que na seara política foi destaque o vergonhoso “empurrar com a barriga” da decisão de Habeas Corpus para o ex-presidente Lula e na economia as reuniões do Copom aqui no Brasil e do Fomc nos EUA. No exterior, o anúncio de Donald Trump sobre a taxação contra a China, repercutiu assim como a isenção desta sobretaxação para países como Brasil, Argentina, México, Canadá, União Europeia e Coreia do Sul, enquanto perdurarem as negociações. Impressionou, por outro lado, a sobretaxação sobre as importações da China em US$ 60 bilhões. Uma guerra comercial pode estar sendo gestada.
Sobre os eventos no STF, foi um desgaste atrás do outro, a cada posicionamento dos ministros da casa. O que é aquilo? Em tese, o papel destes magistrados seria tecer considerações em prol da preservação da Constituição, esclarecendo possíveis desentendimentos. Vendo a composição deste que é o último degrau para apelações no judiciário, logo se observa a quem eles “prestam contas”. Como já dito, este tribunal se tornou um agrupamento de interesses. Vamos aguardar o dia 4 de abril.
Nas decisões dos bancos centrais, sem surpresas, ainda mais porque no Brasil já se esperava o corte da taxa Selic em 0,25 ponto percentual, a 6,5%, dada a inflação em patamar muito baixo e a economia ainda claudicante. Em março o IPCA-15 registrou 0,10%, nos 12 meses chegando a 2,8%, menor do que o registrado na apuração anterior (2,86%). Interessante observar que no comunicado o BACEN disse que “seria apropriada uma flexibilização monetária adicional”. Depois, a taxa ficaria estacionada em 6,25%, “salvo mudanças adicionais relevantes no cenário básico e no balanço de riscos para a inflação no horizonte relevante”. Ou seja, mais um corte da taxa Selic nos espera em maio (dia 16).
Por fim, falando da decisão do Fed, veio também sem surpresas, com o Fed Funds elevando de 1,5% a 1,75%, mas ficou no ar a possibilidade de novas elevações, desde que observando o comportamento dos indicadores. Ou seja, o ciclo de apertos, em três ou quatro ajustes neste ano, irá depender dos indicadores que forem saindo.
Na agenda semanal, na segunda-feira, dados de crédito de fevereiro, na terça a ata do Copom, importante para sabermos os próximos passos do BACEN; na quarta-feira, o IGP-M de março, devendo registrar deflação, e os dados fiscais de fevereiro. Na quinta-feira, finalmente, o Relatório Trimestral de Inflação de março e a PNAD Contínua de fevereiro. Ao longo da semana saem as sondagens da FGV de fevereiro, na segunda da Construção (ICST), terça da Indústria (ICI) e do Comércio (ICOM) e na quarta, dos Serviços (ICS). Nos EUA, estejamos de olho na quinta-feira no PIB do quarto trimestre de 2017 e na sexta, nos gastos e na renda pessoal de fevereiro e no PCE do mesmo mês, importante balizador do Fed para a política monetária.